02/07/2015 – 17h45
Por Joângelo Custódio
Valores deturpados. Antigamente, professor e diretor de escola eram tão respeitados que se comparavam a generais com armas de giz. Hoje, ser professor não é uma profissão das mais seguras. E mais um exemplo de violência atesta essa retórica. Na tarde desta quarta-feira (2) Carla Valéria de Oliveira, diretora da Escola Estadual Senador Lourival Fontes, no Bairro Santo Antônio, zona Norte da Capital, foi espancada com vários socos e canetadas na cabeça por um aluno de 16 anos.
O adolescente foi apreendido e levado para uma delegacia. A vítima, por sua vez, recebeu os primeiros socorros no local e depois foi encaminhada pelo Samu ao Hospital Governador João Alves Filho.
Ensanguentada, a diretora desabafou. “Ser professora nesse Estado dá medo. Temo pela reação desse aluno”, disse Carla, que está no cargo de chefia há poucos meses. “Sofri momentos de terror”.
O ato de violência causou comoção e indignação em toda a escola. Estudantes, professores, e demais profissionais do Lourival Fontes afirmam estar amedrontados com a situação. Um dos colaboradores relatou que, por conta da greve dos vigias, a escola está sem o profissional na portaria da instituição.
Os motivos
Karina, uma das professoras da unidade, disse que na quarta-feira, (1º), um grupo de alunos soltou bombas dentro da escola. Ao tomar conhecimento dos estrondos dentro da unidade, a diretora sentenciou suspensão em um dos estudantes identificados.
“Para se vingar, este outro adolescente (que é aluno da segunda etapa do EJA) veio para a escola, assistiu uma aula e, na hora do intervalo, foi em direção à diretora Carla Valéria e bateu com força nela, dando vários murros. Quando ela estava no chão, ele golpeou sua cabeça com canetadas”, relata a professora Karina, que leciona no Lourival Fontes há dois anos.
Foto: Diógenes Di/CS