Da redação, AJN1
Apontados em investigações do Departamento de Narcóticos (Denarc) como integrantes de um grupo criminoso responsável pela distribuição de maconha do tipo skunk, uma mulher de 38 anos, e o sobrinho de 18 anos, foram baleados em uma troca de tiros com a polícia no conjunto Costa e Silva, em Aracaju, e morreram após serem encaminhados ao Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).
A operação Xeque-Mate foi deflagrada nesta quinta-feira (24) e envolve equipes do Denarc e Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), com o apoio da Divisão de Inteligência (Dipol). A ação acontece simultaneamente nos estados de Alagoas e Mato Grosso do Sul. Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão e outros sete de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Aracaju.
A informação da polícia é que a mulher possuía duas condenações por tráfico de entorpecentes e duas por porte ilegal de arma de fogo. Além disso, é apontada como principal liderança da organização criminosa nas ruas e conhecida pelo perfil violento, ao determinar e coordenar as execuções de traficantes rivais.
Apuração
De acordo com o Denarc, as investigações começaram no final de maio quando a equipe do Departamento observou um crescimento vertiginoso nas apreensões de maconha skunk em Sergipe. Nos levantamentos realizados ficou esclarecido que o chefe do grupo criminoso responsável pela distribuição do entorpecente seria o presidiário de prenome Mauro, 35, que é sergipano e mesmo recolhido no presídio em Abreu Lima (PE) coordenava as ações do tráfico. Ontem (23), atendendo a solicitação dos órgãos de inteligência de Sergipe e Pernambuco, ele foi transferido para a Penitenciária Federal no Mato Grosso do Sul.
Nos últimos meses, as polícias de Sergipe e de Pernambuco realizaram várias operações com o objetivo de desfalcar a organização criminosa, apreendendo a droga e prendendo integrantes do grupo. No mês de julho, no bairro de Boa Viagem no Recife (PE) foram apreendidos 700 kg a droga e no mês passado a equipe do Cope apreendeu em Japaratuba 300 kg do entorpecentes. Policiais informaram que a skunk tem um valor elevado no mercado ilícito em comparação com a maconha comum, chegando a custar R$ 15 mil o quilo. As investigações apontaram que a organização criminosa já estava atuando nos bairros América, Suíssa e São Carlos, em Aracaju, e no conjunto João Alves, em Nossa Senhora do Socorro.
Segundo o Denarc, Mauro pretendia se tornar o fornecedor exclusivo do entorpecentes e já se intitulava o “rei da maconha skunk em Sergipe”. Para desmantelar o esquema de tráfico montado pelo presidiário e seus comparsas, foi deflagrada a operação denominada de Xeque-Mate, em alusão a movimentação final do jogo de xadrez.
Mauro era morador do Bairro América e tem 12 condenações pelo Judiciário de Sergipe, onde teria envolvimento com roubos, tentativas de homicídio e extorsão mediante sequestro. Além disso, responde por um rosário de crimes praticados em outros estados. Pelo que foi apurado. ele estruturou a organização criminosa no estado e se tornou uma de suas lideranças, enviando com frequência grandes quantidades da maconha skunk para o estado. Além do entorpecente, o grupo era envolvido no tráfico de munições e de armas, desde revólveres e pistolas, a fuzis.
A polícia descobriu que o grupo tem ramificações em vários estados e tem uma estrutura organizada, com postos de comando e de divisão de tarefas na atuação dos crimes de tráfico de drogas, de armas de fogo e munições, e de homicídios.
*Com informações SSP