Da redação, AJN1
“Se ele tivesse parado aquele carro, minha irmã estava viva. Tenho fé na justiça de Deus. Com um mês vai tá solto e minha irmã embaixo da terra”, lamentou Valéria da Cunha, irmã da adolescente que foi morta com um tiro em Carira, durante uma tentativa de abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O fato aconteceu na tarde do sábado (5), na BR-235 em Carira, depois que o companheiro dela, Ronison dos Santos, 19, que conduzia o Polo Sedan, preto, de placa MVI-2245/AL, onde a vítima estava, se recusou a atender uma ordem de parada da PRF e fugiu em alta velocidade.
Segundo Valéria, a irmã e o companheiro estavam indo para um bar, onde se encontrariam com alguns amigos. No percurso acabaram se deparando com a Polícia Rodoviária, que estava na rodovia em Carira. “A federal estava em carira e avistaram ele de longe. Deu ordem de parada e ele não parou. Várias pessoas que testemunharam disseram que ele passava pelos quebra-molas e nada de parar. A PRF ligou a sirene e ele passando nos quebra-mola em alta velocidade”, lembrou.
A irmã da vítima contou ainda que Valéria estava com parte do corpo para fora do carro e gritava por socorro, implorando por ajuda e pedindo que Ronison parasse o carro. “Ela gritava! Roni pare esse carro, e quanto mais pedia ajuda, mais ele acelerava, e os policiais em perseguição. Na saída de Carira para Baixa Grande foi onde aconteceu. Os policiais já haviam atirado no pneu e o último tiro atingiu minha irmã. Quando ele viu minha a irmã baleada, parou o carro e pediu que não atirasse mais porque ela já estava baleada”, revelou Valéria.
A mulher revelou ainda a vítima já estava morta quando chegou ao hospital. “Disseram que ela chegou viva no hospital, mas não. Pedi informações, mas ninguém queria me dizer nada. O tiro não foi no braço, foi na costela e saiu no peito. Disseram que tinham quatro médicos, mas só tinha enfermeiros”, lembrou Valéria que cobra justiça. “Peço justiça. Eu sei que o policial errou. Errou muito por ter atirado. Tinha uma inocente naquele carro pedindo ajuda. Minha irmã lutou até o último suspiro. Vi marcas de ferimentos. Cabeça machucada e mãos arranhadas como se tivesse ido para cima dele para parar o carro, mas ele não parou”.
O corpo de Bianca foi sepultado neste domingo (6), em Carira. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o caso será investigado pela Polícia Federal. Além disso, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai instaurar inquérito administrativo.