ARACAJU/SE, 15 de maio de 2025 , 7:08:25

Família de jovem morto em cavalgada contesta versão da PM

 

Da redação, AJN1

Familiares do estudante José Welliam de Oliveira Pereira, 23, contestam a versão apresentada pela Polícia Militar de que ele foi morto ao travar luta corporal e tentar desarmar um militar. O fato aconteceu na noite do domingo (12) após uma cavalgada no povoado Brejão em Brejo Grande.  Segundo a irmã da vítima, Solange Maria Oliveira, o rapaz tentava conversar com policiais para soltar um colega que havia sido detido, quando foi agredido com um tapa e ao correr foi alvejado com um tiro na cabeça. “Estão alegando que meu irmão foi para cima para tomar a arma do policial, mas isso não procede. São boatos que estão inventando. Meu irmão nunca agrediu. Não tem histórico de briga. Não tem antecedentes criminais em delegacia”.

Solange Maria contou, que de acordo com pessoas que estavam no local, depois de uma briga um rapaz foi preso. “Meu irmão e outros colegas foram pedir para que fosse solto, pois o rapaz não era vagabundo. Onde o policial, sem ouvir meu irmão, foi dando tapa na cara dele e chute. Meu irmão sendo agredido correu e ele [o policial] atirou na cabeça. Foi na cabeça! Meu irmão morreu na hora. Sem ter direito de defesa”, disse a mulher acrescentando que, após o ocorrido a vítima foi colcada na porta-malas do carro da polícia e levado para o Hospital de Propriá.

A irmão de José Welliam lembrou que após o ocorrido a população se revoltou e passou a jogar pedras e paus. “Foi um momento de desespero porque meu irmão não era de confusão. Ele só foi pedir para o amigo ser solto, que não era vagabundo. O policial não tem o direito de atirar covardemente pelas costas. Pelo laudo da perícia vai ver. Isso fez com que gerasse a revolta. Meu irmão não andava armado, jamais era de confusão. Era um rapaz de bem, trabalhador. Todo mundo na cidade conhece minha família. Meu irmão um rapaz prestativo, direito, ter a vida interrompida de 23 anos”.

Repercussão

Em pronunciamento na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), nesta segunda-feira (13), a deputada Ana Lúcia, afirmou que ocorrido na cidade de Brejo Grande foi uma execução. “Quando eles retornaram da cavalgada que realizavam, e já de volta para o Brejão, aconteceu um tumulto. Polícia aí prendeu um rapaz. E nesse instante, um outro jovem, de 22 anos, acho que se chamava José Wilton, amigo do rapaz apreendido, foi vê-lo. A polícia o pediu para se afastar. Nesse momento, esse jovem leva um tiro no pé, e em seguida, entra um outro policial e dispara nesse mesmo jovem um tiro na nuca. O que estou narrando aqui foi testemunhado por dezenas e centenas de pessoas. O jovem de 22 anos, ajudava no sustento na família, era trabalhador na lavoura e na pesca”, denunciou a parlamentar, acrescentando que a população viu e testemunhou que não foi tiro perdido, e sim intencional.

O caso está sendo investigado pelo delegado de Brejo Grande, José Luiz Accioly. O comando da Polícia Militar determinou o afastamento do policial envolvido no incidente e o recolhimento da arma para ser periciada.

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