Após três meses de investigações, a equipe Policial da 8ª Delegacia Metropolitana e a Secretaria de Estado da Saúde (SES) apresentaram nesta quarta-feira (19), os detalhes de um esquema de desvios de materiais do almoxarifado do hospital João Alves Filho, que resultou no indiciamento de três funcionários de empresas terceirizadas pelo crime de peculato.
As investigações iniciaram após a equipe do hospital observar um aumento nos gastos de materiais e, segundo a superintendente do hospital, Lycia Diniz, foi solicitado um curso sobre Equipamentos de Proteção Individual para que houvesse uma economia. "Os cálculos de quanto chegavam e quanto saiam não se encaixavam e foi a partir daí que começaram as suspeitas", explicou Lycia.
As suspeitas do furto aumentaram quando uma funcionária do almoxarifado chegou à unidade para trabalhar e encontrou o ex-funcionário do local, dentro de um veículo estacionado próximo a unidade, junto com um funcionário circulando pelo setor. Em outro dia, eles estavam arrumando o carro para levar mais mercadorias, mas a gerente chegou e eles disfarçaram. "Verificamos as imagens dos dias 19, 20, 24 e outras do dia 28 de junho. Acionamos a polícia e contamos o que estava acontecendo, descobrindo ainda que o grupo estava vendendo os materiais para salões de beleza e clínicas", comentou a superintendente.
Segundo o delegado responsável pela investigação, Cristiano Barreto, todo o processo de apuração do caso iniciou após a polícia analisar as gravações do circuito interno de segurança e escutar alguns funcionários para chegar até Wincler Maxwell dos Santos, que deu todos os detalhes dos desvios e da ajuda que recebia do vigilante Alexsandro Messias dos Santos e do ex-funcionário, Cleiton Santos Ribeiro, 24.
"Wincler contou que foi cooptado por Cleiton para participar dos desvios. Cleiton utilizava um veículo Astra, cor prata, para pegar os materiais sempre nos plantões de Wincler. Após ser identificado, ele compareceu à delegacia em companhia de um advogado e disse que todo material furtado estava estocado porque não conseguiu vendê-los", explicou Cristiano informando que foram desviadas mais de 40 caixas de luvas e duas caixas de papel A4.
Após ser ouvido, Wincler apontou os outros dois envolvidos que confessaram o crime, sendo Cleiton e Alexsandro indiciados pelo crime de peculato, receptação, corrupção ativa e passiva. "Os três não possuem passagem pela polícia e encaminhamos o inquérito com o intuito de recuperar o material subtraído e devolver para o hospital de urgência. O inquérito está sendo concluído hoje e encaminhado para a Justiça, onde será avaliado se eles irão responder em liberdade ou se terão as preventivas decretadas", concluiu o delegado.
Medidas Adotadas
De acordo com a superintendente do hospital, agora, algumas medidas foram adotadas pela direção para coibir esse tipo de ação. "As caixas vazias não saem mais montadas do almoxarifado. Assim que ela for esvaziada, ela é desmontada, aberta e colocada ao lado de fora para recolhimento. Descobrimos muitas maneiras de como eles roubam aqui dentro. Acredito que, com as câmeras de segurança, nossa atuação dentro do hospital, com o chefe de segurança e o compromisso de todos, vamos vencer essa batalha e manter nosso estoque sempre pronto para atender à demanda", concluiu Lycia, parabenizando a eficiência da equipe do hospital e da Polícia Civil de Sergipe na apuração do caso.
Fonte: SSP