Da redação, AJN1
No ano passado, em decorrência da pandemia da covid-19, as pessoas passaram mais tempo conectadas a internet e com isso se tornaram mais suscetíveis a crimes no ambiente virtual. Prova disso, é que em 2020 a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) registrou um aumento de 265% nos crimes praticados nesse ambiente. Foram 5.441 ocorrências contra 1.492 registros em 2019.
De acordo com a Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (Ceacrim), no ano passado, Sergipe registrou 3.215 estelionatos em ambiente virtual, enquanto em 2019 foram 617, um aumento de 421%. Nesta terça-feira (9), é celebrado o Dia Internacional da Internet Segura, que ressalta que a preocupação com a segurança é indispensável.
Os principais crimes usando o ambiente virtual são: estelionato, invasão de dispositivo informático, ameaça, difamação, injúria, furto, calúnia, falsidade ideológica, extorsão, falsificação de cartão, falsa identidade, perturbação da tranquilidade, perturbação do trabalho ou do sossego alheio, apropriação indébita, divulgação de cena de estupro ou de cena estupro de vulnerável, de cena de sexo ou pornografia e importunação sexual.
A delegada Lauana Guedes ressaltou que, embora o ambiente virtual passe uma visão de que é totalmente seguro, é preciso ficar atento aos dados pessoais, aos sites e às redes sociais para evitar ser vítima dos cibercriminosos. Ela também mencionou que os dados obtidos através dos próprios perfis dos usuários na internet podem ser utilizados pelos próprios golpistas ou ainda repassados para outros cibercriminosos.
“A internet faz parte do cotidiano da maioria das pessoas, mas é preciso navegar com segurança e responsabilidade. A falta de cuidado, a ingenuidade e a falta de informação são as principais causas de situações de risco no ambiente virtual. Os cibercriminosos se aproveitam da vulnerabilidade de muitos usuários para aplicar golpes, vender dados pessoais, subtraí-los, além de corromper informações e atacar sites e equipamentos”, destacou.
Lauana Guedes ressaltou que, o crescimento no número de golpes no ambiente virtual está relacionado com o isolamento social, que levou as pessoas a passarem mais tempo na internet. “No ano de 2020, houve um crescimento exponencial nos crimes virtuais. Aqui em Sergipe, houve um aumento de 265% em relação ao ano anterior. A internet é uma ferramenta de interatividade, mas que pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Os criminosos estão se aperfeiçoando cada vez mais e se utilizam dessa ferramenta para enganar a população”, complementou.
Temáticas dos golpes
A delegada Suirá Paim explicou que os cibercriminosos se aproveitam dos temas que estão em evidência nas próprias redes sociais, aplicativos de mensagens e na mídia. “Os golpistas estão sempre se adaptando às temáticas das notícias. Eles monitoram, constantemente, os assuntos mais divulgados na mídia e comentados nas redes sociais, além de acompanhar o surgimento de novas tecnologias. No ano passado, os golpes mais praticados no ambiente virtual foram a clonagem do WhatsApp, do falso leilão de venda de veículos, do falso motoboy e do PIX”, evidenciou.
Suirá Paim também apresentou os cuidados que os usuários da internet precisam ter para evitar cair em golpes tanto nas redes sociais, quanto nas transações de compras utilizando as plataformas digitais. “É preciso adotar algumas medidas de segurança, como manter as redes sociais fechadas, instalar antivírus, nunca fornecer senha ou código numérico recebido por meio de mensagens, comprar em sites confiáveis e evitar clicar em links de ofertas recebida por SMS, redes sociais e e-mails. É preferível ir no site oficial da loja para efetuar a compra, além de instalar a dupla verificação no WhatsApp”, orientou.
A delegada orienta as vítimas de golpes no ambiente virtual que façam a comunicação formal, com o registro do boletim de ocorrência na Polícia Civil. “Caso tenha sido vítima de algum crime cibernético, preserve as conversas e e-mails trocados com o criminoso, além de anotar os números utilizados por ele. Anote também o número da agência e da conta bancária fornecida pelo fraudador para depósito ou transferência bancária, e procure a delegacia para registrar o boletim de ocorrência do fato. Todo cuidado é pouco, as pessoas se sentem seguras no ambiente virtual, mas é o contrário, e é necessário adotar alguns mecanismos para uma navegação segura”, finalizou.
*Com informações SSP