Passados 12 dias do desaparecimento da criança Wallace Thiago Santos, 4 anos ocorrida no povoado Poxim em Japoatã, o caso ainda representa um mistério para a polícia, que passou a tratar o padrastro Genisson Feitosa Marques e a mãe da criança, Alessandra de Jesus Santos, como suspeitos de envolvimento no crime. O casal foi preso nesta segunda-feira (15) em cumprimento ao mandado de prisão temporária de cinco dias, mas ao ser interrogado preferiu se manter em silêncio. "A prisão é para tentarmos obter mais informações e realizar diligências na tentativa de esclarecer o caso", disse o delegado Thiago Lustosa, que preside as investigações e não descarta a possibilidade de solicitar a prorrogação do prazo das prisões.
Segundo o delegado, as versões apresentadas pelo casal demonstram inconsistência e são incoerentes. "Desde o começo não faz sentido o padrasto ter saído para caçar. Na volta, encontra a porta fechada, mas não trancada com a chave por dentro e uma cadeira ao lado. Apoesar de acharem a situação estranha, eles vão dormir e não conferem o quarto do menino e só dão por falta dele depois das 9 horas. A versão que sustentam não convence, por isso que são suspeitos, mas não posso especificar qual a conduta que cada um teve", explicou Thiago Lustosa.
As investigações não apontaram nenhum registro de maus tratos em relação ao menino, mas também o padrastro também não demonstrava afetividade. Além disso, ele apresentava um comportamento dominador em relação a mulher, que não tinha autorização para sair de casa. "Pode ser um sequestro, homicidio, acidente, uma série de possibilidades. Não podemos dizer que ele está morto, pois não temos nenhum elemento concreto. Precisamos da colaboração das pessoas que estão próximas ao povoado. Agora pedimos que não passem informações inveridictas, que só atrapalham o trabalho da polícia", apelou o delegado.
Outro fato que tem chamado atenção da equipe que trabalha na investigação é o comportamento da mãe. De acordo com o delegado, ela não apresenta sinais de desespero. "O comportamento é um misto de choro com frieza. Tem horas que não reage e em outros chora. Não concluo que são responsaveis, mas desconfio", concluiu Thiago Lustosa, que além de Japoatã é responsável por mais duas delegacias e no município tem um efetivo de dois policiais.