Da redação, AJN1
“Vi minha ex, fiquei com raiva e disparei. Não sabia nem em quem estava disparando”, revelou Moacir Horácio Pereira, 48, ao confessar no Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) que tentou matar a tiros a ex-companheira Itamara Ernestina Amaral Santos, que está internada no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), e assassinou o atual namorado dela, o mecânico Manoel José de Freitas Júnior, 34. O duplo crime aconteceu no início da tarde deste domingo (12), em um bar da rodovia José Sarney, na Aruana, em Aracaju.
Sem demonstrar arrependimento, Moacir tentou justificar o crime alegando ter ficado com raiva da ex-mulher, pois teria telefonado várias vezes e ela não o atendeu. O acusado foi preso horas depois do crime na casa da atual companheira, no povoado Mussuca, em Laranjeiras, depois que a ex-mulher passou informações sobre a identidade dele e onde poderia estar escondido. A arma do crime foi apreendida na casa de um amigo dele na rua Sergipe, em Aracaju.
Moacir contou em depoimento prestado ao delegado Kássio Viana que, se relacionou com Itamara por cinco anos, período em que se casou, mesmo já convivendo com outra mulher, com quem tem dois filhos, no povoado Mussuca em Laranjeiras. Na versão dele, há dois meses, por iniciativa própria, decidiu acabar com o casamento. “Não quis mais. Achava que era inconveniente. Queria viver com a minha família”, disse Moacir apesar de reconhecer que ainda gostava da vítima e que havia dito que ela fosse embora para longe, pois não queria vê-la com outra pessoa.
Em seu interrogatório, o acusado disse que suspeitava que estivesse sendo traído e que uma vez chegou a ameaçar a mulher por telefone. Com relação a execução do duplo crime, Moacir disse que estava com muita raiva. “Estava com raiva dela. Liguei 40 vezes e ela não me atendia”, contou o acusado acrescentando que em uma das tentativas, Itamara acabou atendendo o telefone e ao ouvir o barulho do mar e do som, deduziu que a vítima poderia estar no bar que costumava frequentar na rodovia José Sarney.
Ele nega ter recebido informações de outras pessoas sobre o paradeiro da mulher e afirmar que seguiu sozinho de Laranjeiras para Aracaju no veículo Pálio de cor preta. “Já fui decidido. Ia atirar em quem estivesse lá”, justificou. Na versão do acusado, ao chegar no bar encontrou a ex-mulher em companhia de um homem. Agindo com frieza, Moacir ficou em uma mesa próxima ao casal, pediu uma cerveja e aguardou por alguns instantes.
Se aproveitando que as vítimas estavam de costas, Moacir se aproximou, sacou a arma e efetuou os disparos. Após praticar o duplo crime, o acusado seguiu até a rua Sergipe, onde deixou a arma no estabelecimento comercial de um amigo e depois foi para Laranjeiras, onde guardou o carro na residência do cunhado em Laranjeiras e foi para casa da atual companheira. “Não comentei com ninguém o que tinha feito”, disse. Ele foi autuado em flagrantes e permanece recolhido na carceragem do DHPP. Nesta segunda-feira (13), deverá ser submetido a audiência de custódia.