Da redação, AJN1
Oito integrantes da organização criminosa que planejou e executou o comandante da Companhia Independente de Operações em Área de Caatinga (Ceopac), capitão Manoel Oliveira, morreram no início da manhã de hoje (18) em confronto com equipes das polícias Civil e Militar, com o apoio da polícia da Bahia. Entre os mortos está o ex-policial militar Antônio Braz dos Santos Neto, o “Braz”, que participou do assassinato do então deputado estadual Joaldo Barbosa, o “Nêgo da Farmácia”, ocorrido no dia 27 de janeiro de 2003; e o cunhado Eduardo dos Santos, o “Edu”. Outro que foi morto na troca de tiros, desta feita no bairro Perpétuo Socorro, em Paulo Afonso (BA), foi Renan Oliveira Santos, 26.
A operação, denominada de “Rubicão”, acontece simultaneamente em Sergipe, nas cidades de Aracaju e Poço Redondo; e nas cidades baianas de Paulo Afonso; Jeremoabo; Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães. Além dos mortos, três pessoas foram presas e serão encaminhados à sede do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), na capital sergipana. O nome da operação é uma referência a um rio da Roma antiga, que não poderia ser ultrapassado sob pena de a pessoa não retornar. “Esses bandidos ultrapassaram o limite do razoável quando resolveram afrontar o Estado e toda a polícia de Sergipe”, destacou a delegada-geral da Polícia Civil, Katarina Feitosa.
“É com emoção e satisfação que posso dizer que Sergipe está de alma lavada, por ter desvendado esse crime hediondo que foi praticado contra o capitão Oliveira, pessoa combatente, excelente profissional, que vai fazer falta à família e a polícia de Sergipe”, disse a delegada-geral da PC, ao se pronunciar sobre as investigações que resultaram na desarticulação da organização criminosa que matou o oficial da PM.
A delegada-geral lembrou que a operação ainda está em andamento e pode ter desdobramentos durante o final de semana. Por conta disso, toda ação só será detalhada à imprensa na próxima semana. “Como a gente já esperava, por se tratar de uma quadrilha altamente organizada e muito bem armada, houve reação e oito eles acabaram morrendo. Graças a Deus nossos policiais voltaram bem”, informou Katarina Feitosa, acrescentando que foram cumpridos dez mandados de prisão.
De acordo com a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a execução do comandante da Ceopac teria sido uma represália do grupo criminoso ao trabalho desenvolvido pela polícia sergipana no combate aos crimes de pistolagem no Alto Sertão do estado e na região Norte da Bahia.”Como foi o capitão Olivieira poderia ser qualquer um de nós, por isso q Sergipe hoje está de alma lavada”, ressaltou a delegada-geral da PC.
“Sabe-se que a ação contra o comandante da caatinga mantém relação com um trabalho da Secretaria da Segurança Pública contra pistolagem. A operação aconteceu em setembro de 2017 e prendeu um trio relacionado com o crime de pistolagem na Bahia, Sergipe e Alagoas e tinha como foco em Pedro Alexandre, na Bahia”, diz um trecho da nota.
As investigações coordenadas pelo diretor do Cope, delegado Dernival Eloi, contaram com a participação direta do secretário de Segurança, delegado João Eloy. O veículo Corolla, utilizado na execução do oficial e que foi incendiado após o crime, foi um ponto importante nos levantamentos realizados pela polícia.
Além do assassinato do comandante do Ceopac, a organização criminosa é suspeita de envolvimento nas mortes de um comerciante em Carira; de um vereador em Poço Redondo; e de um ex-prefeito de Pedro Alexandre. Também não está descartada a possibilidade do grupo ter relação com o tráfico de drogas, assaltos e explosões a agências bancárias.
Relembre o crime
O comandante da Ceopac, capitão Manoel Oliveira foi executado a tiros na noite do dia 4 de abril, nas imediações do acesso a cidade de Porto da Folha. Ele teve o carro interceptado por criminosos que estavam em dois veículos Corolla, e foi alvejado com cerca de 50 tiros.
*Matéria alterada às 8h50 para acréscimo de informações