O delegado geral da Polícia Civil do Estado, Alessandro Viera, afirmou nesta terça-feira (27), que houve facilitação na fuga do presidiário Ronaldo dos Santos, conhecido como Zé do Pantanal, considerado um dos bandidos mais perigosos de Sergipe. Ele escapou do Complexo Penitenciário Antônio Jacinto Filho (Compajaf), unidade terceirizada administrada pela Fundação Reviver, pela porta da frente, na última quarta-feira (21).
Segundo o delegado, Zé do Pantanal convenceu um colega de cela, identificado como Ednaldo dos Santos Carmo, a ceder seu alvará de soltura. A troca foi feita e um funcionário da empresa terceirizada que administra o complexo teria feito a condução do preso até o cartório da unidade, sem chamar a atenção. O problema é que os presos são distintos fisicamente, o que reforça a tese de facilitação.
“Montamos uma força-tarefa envolvendo o Cope, Denarc e a Coordenadoria Geral da Capital. Temos três pessoas presas, um funcionário da empresa terceirizada, um agente prisional responsável pela conferência e o preso que cedeu o nome para que toda essa armação fosse feita”, disse o delegado.
Segundo Alessandro, o advogado que participou da soltura já foi ouvido. Ele que recebeu o recurso para pagar a fiança desse outro preso. “Não conseguimos identificar nenhum tipo de equívoco, até porque são pessoas muito diferentes fisicamente. Esperamos o mais rápido possível identificá-lo. Existe a absoluta certeza da PC de que houve uma orquestração para que a fuga acontecesse e não um mero equívoco nos trâmites”, afirmou.
Operação Onça Pintada
Zé do Pantanal foi preso há menos de 50 dias na Operação Onça Pintada, da PC, que realizou 32 mandados de prisão nos Estados de Sergipe, Alagoas e São Paulo. Ele é apontado como chefe de uma quadrilha de tráfico de drogas em diversos bairros de Aracaju.