ARACAJU/SE, 22 de janeiro de 2025 , 20:22:29

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PC desarticula grupo criminoso investigado por lavagem de dinheiro com prejuízo de R$ 1,2 milhão a bancos

 

As equipes da Delegacia Regional de Estância e do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), em parceria com a Polícia Científica e o Procon Sergipe, deflagraram a operação Fênix Fraudulenta. A ação teve como foco o cumprimento de dois mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão contra integrantes de um grupo criminoso investigado por lavagem de dinheiro obtido em empréstimos bancários direcionados a empresas em Estância, Itabaiana e Aracaju. Um mandado de busca foi cumprido em Maceió (AL), onde funciona um dos escritórios do grupo criminoso. O prejuízo estimado às instituições financeiras é superior a R$ 1,2 milhão.

Com os valores obtidos de forma fraudulenta, o grupo fazia a lavagem de dinheiro por meio da venda de celulares, joias de ouro e da disponibilização de empréstimos por meio de cartões de crédito. Em um único dia, o grupo chegou a movimentar R$ 120 mil. O grupo também é investigado por estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa.

Um dos investigados na operação costumava publicar conteúdos em redes sociais mostrando carros, caminhonetes, jet skis e quadriciclos. Também é alvo da operação um escritório de contabilidade responsável por criar empresas destinadas à prática do golpe e por transferir a titularidade para laranjas.

Segundo o delegado Renato Tavares, as investigações tiveram início a partir de apurações sobre práticas de receptação e lavagem de dinheiro. “Com o aprofundamento da investigação, descobrimos um núcleo em Aracaju que realizava esses empréstimos”, contextualizou o delegado.

Após contraírem os empréstimos e receberem os valores, os integrantes do grupo criminoso transferiam as empresas para nomes de laranjas e davam baixa nas empresas. “Quando as instituições financeiras iam fazer as cobranças, não encontravam as pessoas responsáveis pelas empresas que contrataram os empréstimos”, complementou Renato Tavares.

Com os valores, os integrantes do grupo criminoso compravam celulares, joias de ouro e relógios para revenda. A investigação identificou ainda um suspeito em Estância, responsável por uma loja de celulares. “A empresa não tinha alvará de funcionamento junto à prefeitura e não emitia nota fiscal”, revelou o delegado.

Ainda no decorrer da apuração policial, a Delegacia Regional de Estância identificou outro suspeito em Itabaiana. “Então, de Aracaju surgiram Estância e Itabaiana, mas há outros vínculos em outras cidades sergipanas e também em outros estados”, especificou o delegado responsável pela investigação.

Além de utilizar a venda de celulares para lavagem de dinheiro, a investigação apurou que o grupo criminoso criou empresas de venda de cursos para concursos, conforme relatou Renato Tavares. “Abriram empresas com essa atividade para adquirir maquinetas de cartão de crédito”, ressaltou o delegado.

Mesmo com atividades de venda de celulares e de cursos para concursos com o intuito de lavar o dinheiro obtido nos empréstimos, o grupo criminoso passou a atuar também com empréstimos por meio de cartões de crédito. “Assim, o dinheiro obtido com os bancos ia para terceiros que pagavam ao grupo pela maquineta”, explicou Renato Tavares.

As empresas criadas pelo grupo criminoso também possuíam dívidas com a Secretaria da Fazenda, já que vendiam aparelhos sem emitir notas fiscais.

Para o assessor jurídico do Procon/SE, Arthur Santana, a ação conjunta também verificou casos de irregularidades e abusividade no direito do consumidor. “O papel do Procon foi a averiguação da existência de licença de funcionamento, assim como a existência de notas fiscais de entrada e saída e se havia selos da Anatel. Além disso, verificamos se havia produtos roubados ou falsificados. O nosso intuito é trazer segurança para o consumidor”, evidenciou.

Nome da operação

A operação foi intitulada Fênix Fraudulenta em razão da atividade do grupo criminoso, que criava empresas com vistas a adquirir empréstimos bancários. Após obterem os valores, os integrantes do grupo modificavam a titularidade da empresa e repassavam o dinheiro para outros locais, fazendo a lavagem dos valores. Assim, as empresas ressurgiam e havia a continuidade dos golpes.

Fonte: Ascom SSP

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