As equipes de investigações da Delegacia de Defraudações e Crimes Cibernéticos (DRCC) e do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri) desarticularam um grupo criminoso que vinha utilizando anúncios de venda de veículos para aplicar golpes em Sergipe e vários estados do país. Foram presos José Enrique de Souza Conceição – integrante de uma facção criminosa com atuação na Bahia e líder do bando -, Ivan de Souza Conceição, Maria Antônia Santos de Araújo e Paulo Florêncio Silva. Os acusados foram capturados no interior de uma agência bancária no bairro Siqueira Campos, na zona oeste de Aracaju, depois de sacar dinheiro oriundo de novos golpes aplicados.
Segundo a titular do DRCC, delegada Rosana Freitas, o número de vítimas vinha aumentando e, no dia 16 de julho, por conta disso foi feito um alerta à população sobre a forma de agir dos criminosos. Na semana passada várias pessoas procuraram a polícia denunciando que foram lesadas na compra de veículos e realizado depósitos em contas de agências fora de Sergipe. Uma das vítimas da Bahia chegou a depositar R$ 51 mil na conta de um dos acusados. Nos últimos dias, os criminosos teriam chegado a sacar cerca de R$ 200 mil fruto de golpes.
As investigações avançaram e nesta quarta feira o grupo acabou preso. O líder da organização criminosa foi identificado como sendo José Enrique, que já tem passagens pela polícia por homicídio e tráfico de drogas, sendo ligado ainda a uma organização criminosa com atuação no estado da Bahia. Já Maria Antônia, que é namorada de José Enrique, emprestava as contas bancárias para os depósitos do dinheiro arrecadado com os golpes.
Forma de agir
Pelo que ficou esclarecido, os golpistas utilizavam informações de anúncios verdadeiros para divulgar carros a preços um pouco mais baixo que os oferecidos. Quando aparecia algum interessado, os acusados passavam a agir em outra frente. Desta feita negociavam com o verdadeiro vendedor. Usando como desculpa que o veículo seria dado como presente ou utilizado no pagamento de uma dívida trabalhista, eles convenciam o proprietário do carro a omitir informações, a exemplo do preço, quando fosse procurado pela pessoa indicada por golpista.
Comprador e vendedor se encontravam sem desconfiar que estavam fazendo parte de um golpe. Após fechar o negócio, a vítima efetuava o pagamento através de transferência ou depósito em uma conta de fora de Sergipe. O golpe só era descoberto quando a pessoa lesada ia buscar o carro e o vendedor se recusava a entregá-lo por não ter recebido o dinheiro.