Da redação, AJN1
Com as prisões do ex-presidiário José Damião dos Santos e David dos Anjos Reis, 21, e as mortes Emídio Tiago dos Santos Vidal, o “Paiaiá”, 34, e do sobrinho Diegp dos Santos Vidal, 17, a Polícia Civil informou ter desarticulado o grupo criminoso que matou o policial civil José Fernando Vieira Dias, 63, e a comerciante Maria José Silva de Freitas, 41, crimes ocorridos na noite do dia 8, durante o assalto ao restaurante Lagoa Azul, localizado na Reta do Abaís, em Estância.
Pelo que ficou esclarecido, Tiago e Diego foram os responsáveis pela execução das vítimas. Com a desarticulação do grupo, a PC recuperou a pistola calibre ponto 40, que foi roubada do policial, e aprendeu dois tabletes de maconha prensada. Os detalhes das investigações que sobre o caso foram repassadas à imprensa durante coletiva na sede do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope).
O delegado André David, que coordena um dos núcleos do Complexo, disse que a polícia precisava dar uma resposta rápida ao crime que foi praticado com requintes de violência e lamentou que nenhuma instituição ou órgão ligado aos direitos humanos tenha se manifestado em defesa da família do policial.
O articulador do assalto teria sido Tiago, que é condenado por assalto e deveria estar cumprindo pena em regime semiaberto, mas como Sergipe não dispõe de estabelecimento prisional adequado, desde agosto do ano passado estava em liberdade. Foi ele quem convidou Diego, David e Damião.
Teriam sido Tiago e Diego os responsáveis pela execução das vítimas. "Durante o assalto, Paiaiá pegou a arma do policial, que estava baleado durante a troca de tiros, e efetuou um disparo na cabeça dele. A comerciante foi morta para que não ficassem testemunhas", disse o delegado André David, acrescentando que David não estava armado e tinha como função recolher os objetos roubados, enquanto o ex-presidiário forneceu as armas utilizadas no crime e conduziu os comparsas no Fiat Uno até o Abaís.
Investigações
As equipes do Cope e da Regional de Estância chegaram inicialmente a David, que foi baleado durante a troca de tiros e estava internado no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), em Aracaju. A princípio o acusado negou envolvimento no crime, alegando que tinha sido baleado durante um assalto no bairro Santa Maria, mas diante das provas levantadas pela polícia, ele acabou confessando sua participação no latrocínio e delatou os comparsas, revelando como aconteceu toda a trama.
Foram solicitadas as prisões dos suspeitos e na sexta-feira (13) foi deflagrada a operação. Damião foi preso no bairro Santa Maria, enquanto Tiago foi localizado em Itaporanga D'Ajuda e durante a abordagem tentou furar o cerco policial a bala, chegando a atingir um dos veículos do Cope. Na troca de tiros, ele acabou baleado e foi encaminhado ao Huse, onde não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. Já na zona de expansão em Aracaju, Diego resistiu a prisão e no confronto com os policiais saiu ferido e morreu após receber socorro médico.