Três transexuais estão presas e outras três ainda estão sendo procuradas pela polícia acusadas de integrar uma associação criminosa em roubos e extorsão. A informação foi passada nesta quinta-feira (5) pela equipe da Delegacia de Turismo (Detur), que detalhou a operação Themis, que é resultado de uma investigação que durou seis meses.
“No decorrer das investigações, sentimos um aumento de boletins de ocorrência em casos desse tipo especialmente em períodos de festividade. Foi uma investigação delicada e que durou um certo tempo por conta do tipo de crime e por conta das pessoas envolvidas, tanto as investigadas, quanto das vítimas”, relatou a delegada Luciana Pereira, da Detur.
A delegada Giselle Martins explicou que, a investigação foi iniciada em meados do mês de abril, quando uma vítima denunciou que após a realização de um programa, outras transexuais começaram a extorqui-la. “Temos os registros de 11 vítimas, mas acreditamos que o número é maior. Eram quantias significativas que eram retiradas das contas das vítimas”, complementou.
Além dos boletins de ocorrência, houve pedidos de ajuda por parte das profissionais do sexo. “No sentido de que esse tipo de crime, tanto assaltos, quanto extorsões, acabam afugentando e amedrontando clientes. Então a gente recebeu um grande apelo por parte de outros profissionais do sexo que pediam que a gente tentasse resolver essa questão”, ressaltou a delegada Luciana Pereira.
Durante as investigações se chegou a identificação de seis pessoas envolvidas. “Quando então representamos pelas prisões, as quais foram deferidas pela Justiça. Três já foram cumpridas e três estão pendentes de cumprimento. Estamos contando com apoio da população para que denuncie e nos ajude a localizar. A intenção não é impossibilitar o trabalho, mas sim que não haja crimes”, disse a delegada.
Casos e modo de atuação
Pelo que foi esclarecido, em alguns dos casos, depois do programa as suspeitas alegavam que precisavam de carona. “Nesse momento, geralmente era uma ou duas mulheres, e, posteriormente, chegavam mais três ou quatro mulheres trans. Elas constrangem as vítimas e muitas vezes as ameaçavam e agiam com violência mediante uso de faca para que fossem feitas transferências pix ou pagamentos em maquinetas que as investigadas já portavam”, revelou a Luciana Pereira.
O modo de atuação das investigadas também envolvia a gravação em vídeo de programas. “Elas filmavam e as outras começavam a pegar cartões e contas, obrigando que a vítima digitasse a senha, fizesse transferências bancárias ou ainda passassem os cartões em maquinetas que elas tinham em mão”, acrescentou a delegada Giselle Martins.
Operação
A operação foi denominada Themis em alusão à deusa grega que está de olhos fechados e representa a Justiça. “A investigação não visou nenhum detalhe específico, nenhuma característica nem da vítima, nem das investigadas. Sabemos que existe uma questão muito delicada com relação a gênero, mas a nossa intenção é relacionada aos crimes, dar uma resposta à questão tipificada no código penal”, pontuou Luciana Pereira.
A Polícia Civil solicita que eventuais vítimas procurem a delegacia para registrar boletim de ocorrência. Informações e denúncias que também possam subsidiar as investigações e robustecer o inquérito policial, além de levar à localização das investigadas foragidas, podem ser repassadas à polícia através do número 181 (Disque Denúncia). O sigilo do denunciante é garantido.
*Com informações Ascom SSP