Da redação, AJN1
Uma investigação de dois anos terminou na prisão de um homem de 36 anos, que assediava crianças e adolescentes através de redes sociais, conseguia fotos e vídeos íntimos para depois extorquilas, obtendo vantagens financeiras ou sexo. Até o momento sete vítimas foram identificadas e a polícia acredita que ainda existam muitas outras.
De acordo com o delegado Wilkson Vasco, o suspeito teve a preventiva decretada e foi capturado na sexta-feira (31), em uma ação conjunta que envolveu as equipes das Delegacias de Campo do Brito, Macambira e São Domingos, com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core). Com ele foram apreendidos uma pistola e dez munições calibre 22 e 13 munições calibre 32, um notebook, pen driveres, DVD e aparelho celular.
O delegado explicou que o acusado criava perfis falsos, geralmente hackeados de pessoas conhecidas, em aplicativos de redes sociais e passava a paquerar mulheres, principalmente adolescentes. O suspeito conquistava a confiança das vítimas, fazia declarações de amor, e as convencia a enviar fotos e vídeos sensuais, “nudes”. De posse do material, o acusado passava a extorquir as adolescentes, ameaçando divulgar o material em redes sociais, enviar para familiares, ou espalhar boatos sobre a conduta delas, acusando-as de estarem se prostituindo.
“Primeiro, ele criava perfis falsos de outros homens das cidades nas redes sociais. Depois passava a conversar com as vítimas fingindo ser essa pessoa. Era notória a especialização do investigado, porque ele sabia como esse homem conversava nas redes sociais e com quem ele se relacionava nessas plataformas”, explicou, acrescentando que o acusado também fazia levantamentos sobre a pessoa pela qual iria se passar.
Quando a vítima não tinha dinheiro, o acusado passava a exigir sexo para não difam-ala. Em um dos casos, uma adolescente de 16 anos revelou que foi estuprada dez vezes pelo criminosos. No ano passado, o acusado teve o aparelho celular apreendido e nele foram encontrados vídeos e fotos de crianças e adolescentes nuas ou cenas de sexo, que foram compartilhadas em aplicativos de mensagem.
Sextorsão
A nomenclatura “sextorsão” é uma definição doutrinária para atos quando o indivíduo obtém ou tem em seu poder fotos íntimas, conhecidas como “nudes”, e passa a utilizar-se desse material para cometer crimes como extorsão, estupro, dentre outros. A Polícia Civil solicita que possíveis vítimas do crime compareçam à delegacia, para complementação do processo investigativo e para que outras pessoas não sejam vítimas de crimes desse tipo.