Uma denúncia anônima encaminhada a Escola de Gestão Penitenciária (Egesp) levou a equipe da Delegacia de Defraudações a investigar e identificar dois homens suspeitos de fraudar etapas do concurso para guarda prisional, realizado em 2018 em Sergipe.
O caso vinha sendo investigado desde dezembro do ano passado, depois que os responsáveis pela realização do certame receberam a informação, após o início do curso de formação, que Alex Ferreira de Moura teria pago R$ 10 mil para que outra pessoa fizesse a prova objetiva em seu lugar e mais R$ 5 mil a uma terceira pessoa para fazer a prova de aptidão física.
Nos levantamentos realizados a equipe de investigações da Defraudações, com o apoio do peritos do Instituto de Criminalística de Sergipe, confirmou a fraude. Alex foi interrogado e confessou o crime.
Com a descoberta do caso, surgiu a suspeita que outros candidatos poderiam ter usado o mesmo golpe. Por conta disso, outros dez candidatos passaram a ser investigados. Foram analisadas as documentações dos suspeitos e se chegou a Adilson José da Silva, que teve a prova objetiva realizada por outra pessoa, conforme atestou o laudo técnico.
“O diretor da Escola de Gestão Penitenciária (Egesp) nos procurou informando que havia recebido a denúncia que um dos alunos teria fraudado o concurso, efetuando o pagamento de uma quantia em dinheiro para que outras pessoas realizassem a prova objetiva e de aptidão física no lugar dele”, explicou a delegada Rosana Freitas, acrescentando que com a ajuda da Egesp e do IC se chegou aos dois suspeitos.
Apuração
“Foram produzidos dez laudos periciais e em dois foram constatados divergências de assinaturas e de outros elementos lançados nos documentos. Eram fichas de avaliação física e também cartão resposta das provas objetivas”, revelou o diretor do IC, Luciano Homem.
De acordo com a delegada Rosana Freitas, ao tomarem conhecimento das investigações, Alex e Adilson abandonaram o curso de formação e, possivelmente retornaram ao estado de origem, Pernambuco, onde diligências complementares estão sendo realizadas com a finalidade de identificar outros possíveis envolvidos na fraude.
“Um deles chegou a ser ouvido e confessou a prática delitiva. O outro ainda não foi interrogado porque se evadiu do estado antes que a diligência fosse adotada. Mas, já mantivemos contato com a polícia de Pernambuco para que as diligências complementares sejam realizadas e para que possamos, não só interrogar o suspeito, mas inquirir outras pessoas que tenham participado dessa fraude”, complementou Rosana Freitas.
Lisura
Segundo o diretor da Egesp, Delmário Magalhães, todas as etapas do concurso contaram com elementos para manter a autenticidade das provas e dos testes físicos, o que possibilitou a identificação da fraude. “Através da Corregedoria da Sejuc recebemos uma denuncia de que o candidato Alex tinha fraudado a prova do concurso público. Imediatamente, solicitei à banca examinadora as folhas de respostas. A folha contém impressão digital, assinatura do candidato, e na parte do teste físico, temos a assinatura em cada etapa. Além disso temos a filmagem. Toda etapa é filmada, corrida, barra, abdominal. Então foi uma audácia, uma tentativa inútil desse candidato tentar fraudar uma prova que hoje tem todas as ferramentas de segurança para que seja identificado. Assim que juntamos o material encaminhamos para a Delegacia Plantonista, que encaminhou para a delegacia especializada. Ele foi afastado imediatamente. A sejuc está tomando as medidas administrativas”, concluiu.
*Com informações Ascom Sejuc