A equipe do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope) e agentes penitenciários realizaram uma operação "Pente fino" nas celas do Presídio Regional Juiz Manoel Barbosa de Souza (Premabas), em Tobias Barreto e apreenderam aparelhos celulares, drogas e chuços. A ação aconteceu durante o dia de ontem (5), após surgir a informação que estava sendo articulado um plano para uma fuga em massa prevista para acontecer durante o final de semana, na visita familiar.
De acordo com agentes penitenciários, todos os internos foram colocados na área do banho de sol e nas revistas realizadas nas celas do Pavilhão 01 foram encontradas armas de fabricação artesanal (chuços), drogas, aparelhos celulares. Na ação, foi possível identificar os internos que estavam articulando o motim e estavam envolvidos no tráfico de drogas na unidade. Por conta disso, oito presos foram transferidos para o Complexo Penitenciário Antônio Jacinto Filho (Compajaf), no bairro Santa Maria, em Aracaju.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Sergipe (Sindpen), Luciano Nery, destacou que em virtude do baixo efetivo as revistas que deveriam ser realizadas com uma frequência semanal, acabam demorando mais. Ele informou que nas unidades prisionais de Tobias Barreto, Nossa Senhora da Glória e São Cristóvão, que são as mais fragilizadas, os agentes têm dado uma atenção especial. "Em Tobias Barreto das oito guaritas existentes, apenas duas estão ativadas. O efetivo diário é de seis agentes, enquanto o número de internos é de cerca de 500".
No início da semana, uma revista no Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Compecan), em São Cristóvão, foram apreendidos dezenas de aparelhos celulares, chuços e armas brancas, além de drogas e recipientes com cachaça. Em um dos celulares foi encontrado um vídeo, onde aparecem internos arrancando pedaços de ferro da estrutura do presídio. Enquando um dos presidiários quebra a parede é possível ouvir outro preso afirma que "enquanto tiver ferro, eles vão arrancar". Também foram encontradas fotos de internos exibindo armas brancas.
Os agentes denunciam que, por conta do efetivo reduzido, a maioria das guaritas das unidades prisionais do estado estão desativadas, o que favorece não só a execução de fugas, mas a entrada de armas, drogas e aparelhos celulares nos presídios.
A reportagem do AJN1 tentou ouvir, por telefone, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) sobre as ações realizadas nos presídios de Tobias e São Cristóvão, mas não obteve sucesso.