O assassinato do delegado da Polícia Civil Ademir Melo Júnior, ocorrido no dia 18 de julho no bairro Luzia, em Aracaju, foi reconstituído na noite desta quinta-feira (11). Peritos do Instituto de Crimalística puderam refazer a cena do crime, com base nas informações passadas pelo acusado, Anderson Santos Souza, o "Bigode", 27, que está preso. O laudo da resconstituição deverá ficar pronto na próxima semana, quando também deverá ser concluído o inquérito que apura o caso.
"Ele reafirmou na resconstituição que a arma do delegado estava travada. Mas a pericia entende que, pela distância em que estava, ele não teria condições de precisar o fato da arma não disparar", disse o diretor da Criminalística, Nestor Joaquim, acrescentando que a intenção era reproduzir o mais fielmente possível como tudo aconteceu para dirimir qualquer dúvida existente na investigação.
Durante a realização da pericia, a Alameda das Árvores e ruas que dão acesso ao trecho onde o delegado foi morto foram bloqueadas. Usando colete a prova de balas, Anderson passou detalhes da ação criminosa, reafirmando que ao parar a moto próxima ao delegado, ele teria sacado a pistola e perguntado o que queria. "Ele (Anderson) também sacou a arma e atirou por três vezes, tendo um dos tiros atingido a vítima", disse Nestor Joaquim.
Segundo o perito, a versão apresentada pelo acusado é condizente com as lesões causadas no delegado. "O projétil atingiu a vítima do lado direito do abdomen e transfixou o coração", disse o perito, acrescentando que disparo foi efetuado de forma ascendente – de baixo para cima.
Apuração
O delegado Ademir Melo foi assassinado na noite do dia 18 de julho, quando passeava com um cachorro pela Alámeda das Árvores, próximo ao condomínio onde morava. Pelo que ficou esclarecido, ele foi abordado por Anderson Santos Souza, o "Bigode", que é suspeito de assaltar transeuntes para roubar celulares e bolsas, e prentendia roubar a vítima.
O acusado, que cumpria pena por tentativa de assalto em regime aberto, efetuou três disparos contra o delegado, que foi atingindo de forma fatal por um deles e morreu ao ser socorrido por policiais civis. Anderson foi preso na última terça-feira (9) no bairro Soledade, zona norte da capital.
Na casa dele foi apreendido uma moto, o revólver calibre 38 utilizado no latrocínio, onze munições e uma pistola de brinquedo, que também costumava usar para praticar crimes em Aracaju. No local foram apreendidos dezenas de chips e capas de aparelhos celulares. O acusado permanece recolhido na carceragem do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope) e deve ser transferido para um dos presídios do estado.