Da redação, Joângelo Custódio
A polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira (25), Thiago Meneses Farias, 20 anos, filho de Wilson e Edivânia Farias presos ontem (24) pelo desvio das verbas de subvenção doadas pela Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese) à Associação Sergipana de Produtores de Eventos (Aspe).
Thiago foi preso cerca de 24h depois da prisão dos pais e de mais três envolvidos (Alessandra Santos Meneses, André dos Santos Almeida e Márcio José Goes) na organização criminosa.
De acordo com a delegada do Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), Daniele Garcia, Thiago, que havia sido conduzido à delegacia na terça-feira para prestar esclarecimentos, foi liberado por não haver provas que o relacionasse aos crimes praticado pelos pais.
“No final da tarde, entretanto, analisando a vasta documentação apreendida na casa de Wilson, foram encontrados diversos documentos, como cheques e comprovantes bancários movimentados por Thiago, realizando transações milionárias em suas contas. O Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Combate à Improbidade Administrativa, representou junto ao plantão do judiciário pela prisão de Tiago”, detalha a delegada.
“Diante da farta documentação que foi apreendida na casa e na empresa, a gente começou a perceber que havia uma conta bancária milionária em nome de Thiago, cerca de duzentos mil, trezentos mil num único mês”, explica Danielle.
Segundo ela, além disso, houve a apreensão de documentos em branco assinados, e diversos imóveis cadastrados em nome de Thiago. “Percebemos que ele é mais importante do que imaginávamos no início. Por isso, decretamos a prisão preventiva dele, tendo em vista que temos diversas provas como, inclusive, e-mails de prefeituras para a Aspe com pedidos de encaminhamento de empresa vencedora, orçamento de empresas vinculadas ao grupo”.
Foi apreendido também, durante a manhã, em um estacionamento de um shopping local, o veículo Ssang Yong, de cor branca, que era frequentemente usado pela família e no momento das prisões da terça-feira não havia sido encontrado. Dois assessores parlamentares da Alese utilizavam o veículo quando foram abordados por policiais.
Sistema prisional
Ainda na manhã de hoje, Alessandra, uma das funcionárias presa ontem, acusada de ser laranja da empresa que lavava dinheiro das subvenções, e Edvânia Meses, que é esposa de Wilson, foram encaminhadas ao Instituto Médico Legal (IML) para fazerem exames de Corpo de Delito. Em seguida, elas foram conduzidas para a penitenciária feminina lozalizada no município de Nossa Senhora do Socorro.
Minutos depois chegaram Wilson Felix de Farias – mandante do esquema – e André Almeida – motorista de Wilson – e Márcio José Goes – presidente da Aspe e sócio da empresa de eventos W4. Eles foram conduzidos à Cadeia Pública de Socorro.
O advogado de defesa do grupo afirmou que vai entrar com pedido de habeas corpus.