Foi multado por “delito de desordem pública” o seminarista preso em Cuba por se manifestar contra a ditadura comunista cuja chefia foi herdada de Raúl Castro pelo seu indicado Miguel Díaz-Canel. Na madrugada de domingo para segunda-feira (12), o jovem Rafael Cruz Dévora, 26 anos, havia sido violentamente tirado da casa de seus pais, em Matanzas, onde passava férias. Ele foi liberado nesta quinta-feira (15).
Rafael, que é do seminário de Havana, tinha participado de uma das muitas e intensas manifestações que explodiram em várias cidades da ilha desde o dia 11, pedindo o fim da ditadura e exigindo medidas efetivas para resolver a crise econômica de Cuba, piorada durante a pandemia – muito embora a narrativa oficial proclame que a covid-19 está sob controle no país.
Manifestações contra a ditadura
Os protestos dos cidadãos de Cuba são os maiores já ocorridos na ilha desde a tomada do poder pelo ditador comunista Fidel Castro em 1959.
Ainda no domingo, Miguel Díaz-Canel convocou os revolucionários às ruas para reprimir as manifestações. Na quarta-feira, ele divulgou mensagem de vídeo afirmando que as denúncias de repressão violenta são “uma completa calúnia”.
Na vida real, o regime cortou as conexões com a internet para barrar a veiculação de notícias sobre os protestos e sobre as prisões arbitrárias. Centenas de pessoas, de fato, foram presas durante as manifestações, muitas delas com violência. O próprio regime cubano teve de admitir pelo menos uma morte, a de Diubis Laurencio Tejeda, de 36 anos, num subúrbio de Havana.
Seminarista preso em Cuba
Entre os presos também esteve o padre Cástor Álvarez, que foi agredido.
Sobre o seminarista Rafael Cruz Dévora, o padre Rolando Montes de Oca, da arquidiocese de Camagüey, declarou à agência ACI Prensa: “Esse rapaz só ficou quinze minutos, no máximo vinte, na manifestação, pedindo para as pessoas se entenderem e para as autoridades não reprimirem com violência, para respeitarem o direito à manifestação. Foi a única coisa que ele fez. Mas ele foi preso por isso. Foi detido violentamente, uma detenção muito violenta, na casa dos pais, durante madrugada”.
O padre Rolando afirmou também que Rafael ficou preso em Unión de Reyes, na província de Matanzas. Segundo o sacerdote, as autoridades locais permitiram que a família levasse roupas para o jovem, mas não autorizaram que ele fosse visto durante os dias em que ficou detido.
Fonte: Aleteia