Da redação, AJN1
A Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) contestou hoje (28) a pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) no 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que apontam Sergipe como o estado mais violento do Brasil.
A avaliação do Fórum tem como base números sobre mortes violentas intencionais em 2015 (que abrangem os casos de homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, mortes causadas por confronto com as polícias e policiais mortos, tanto em serviço, quanto fora dele).
Em texto de esclarecimento enviado à imprensa, a SSP diz que a metodologia entre os Estados não obedece critérios e protocolos definidos e é muito discrepante, mas, ainda assim, as taxas de homicídios são altas.
A SSP diz que, em Sergipe, a análise é rigorosa e definida por número de vítimas – e não por ocorrências, o que gera uma diferença considerável na comparação com outros estados.
“A coleta em Sergipe é feita caso a caso e realizada diretamente no Instituto Médico Legal, com informações confrontadas de forma rigorosa. Sergipe não ignora qualquer informação e não permite que haja pendências de dados que devem ser repassados periodicamente à Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp)”, afirma um trecho do texto.
No estado, continua a SSP, boa parte da motivação dos homicídios é ligada ao tráfico de drogas. “Nos números avaliados em 2015 pela SSP, para cada dez vítimas de homicídios, oito estão envolvidas com crimes, sobretudo o tráfico. Estes números são baseados em inquéritos policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Mesmo com a alta taxa de homicídios, o DHPP possui uma taxa de 43,6% de autoria dos inquéritos concluídos e enviados ao Poder Judiciário.”
Para a SSP, fora os típicos problemas que envolvem a legislação, deficiência do sistema prisional, criminosos que cumprem parcialmente suas penas, temos, propriamente na área da Segurança Pública, um déficit histórico de pessoal. Esse problema está sendo corrigido nos últimos dois anos, por isso foram feitos concursos para a Polícia Civil, PM e Coordenadoria Geral de Perícias (Cogerp), com a chegada de 1.247 novos profissionais, entre agentes, escrivães, soldados, peritos e papiloscopistas. Durante o ano, outros profissionais serão convocados.
“A SSP atua com responsabilidade, empenho e preocupada em defender os interesses da população sergipana, mesmo diante de todos os problemas. Até setembro de 2016, a Polícia Civil e Polícia Militar prenderam 5.244 pessoas em Aracaju e no interior, número recorde na série histórica dos últimos anos. No entanto, muitos deles voltam a cometer crimes e ao rápido convívio social. Esse retorno de criminosos do sistema prisional gera um fluxo desproporcional e mesmo com um número recorde de prisões, as taxas de crimes violentos aumentam.”