Da redação, AJN1
Ao observar uma abordagem policial, o comerciante e vereador de Nossa Senhora de Lourdes Marcelo Vieira, o Marcelo do Bar (PDT), teria detido acusado de desacatado e agredido por uma equipe da Companhia Independente em Operações Policiais em Área de Caatinga (Ciopac). O fato aconteceu na noite do domingo (31) em uma lanchonete no centro do município. Na versão da Polícia Militar, os militares abordavam um suspeito que estava em uma moto sem placas e com numeração do chassi raspado, quando o vereador se recusou a atender a ordem dos policiais para se afastar do local. “Se o rapaz era suspeito porque fui no carro da polícia, junto com a moto, e quem levou ele para delegacia foi meu pai em um carro particular?”, questionou Marcelo Vieira.
Em entrevista ao radialista Jailton Santana, do Programa Jornal da Vida, o vereador contou que, por volta das 21h do domingo estava com um primo em uma lanchonete no Centro de Lourdes e ao retornar do banheiro, se deparou com a equipe do Ciopac abordando um homem de moto. Ele explicou que, o banheiro fica no percurso onde os militares estavam e ao parar para observar o que estava acontecendo foi questionado por um dos policiais sobre o que estava fazendo.
“Disse que estava apenas observando a conduta deles, nada de mais. Foi quando chegou outro policial e perguntou quem eu era. Respondi que era comerciante, um trabalhador e era vereador do município”, relatou a vítima, acrescentando que a partir daí, os policiais mandaram que se virasse e abrisse as pernas. “Nunca fui abordado e fiquei tímido, foi quando recebi chutes nas pernas e por não ter levantado os braços direito, o policial pegou com as mãos dele nas minhas e me levantou pelas orelhas. Estou até hoje com as orelhas ardendo”, contou o Marcelo Vieira.
Ainda de acordo com a vítima, enquanto era revistado, os policiais acabaram derrubando parte do dinheiro que estava em um dos seus bolsos. Ao avisar que o dinheiro estava no chão, um dos militares teria se irritado, passando a afirmar que não eram ladrões. Encerrada a abordagem ao rapaz que estava com a moto, o vereador foi levado para Delegacia do município e no local, ao questionar o motivo da truculência, teria sido atingido com um chute na face.
“Fui atingido com um chute no rosto e o policial disse que era assim que se faz com ignorância e na rua não teria tido nada”, lembrou a vítima. Depois de ser conduzido para Delegacia Regional de Nossa Senhora da Glória, onde foi lavrado um Termo de Ocorrência Circunstanciada (TOC), o vereador foi liberado.
Outro lado
De acordo com o Relações Públicas da Polícia Militar, major Fábio Machado, na versão apresentada pela equipe do Ciopac, ao realizar a abordagem a um homem que estava com uma moto sem placas e com a numeração do chassi raspada, o vereador se aproximou e se recusou a ordem de se afastar. “Foi nesse momento em que ele foi abordado e aconteceu o desacato”, contou o oficial.
Fábio Machado lembrou da importância de se apurar o ocorrido, pois existem duas versões distintas para o fato. “O vereador alega que foi agredido e que nada fez de errado. Porém, existe uma versão oficial, registrada no Relatório de Ocorrência Policial, onde consta o contrário. Uma desobediência e o desacato por parte do vereador. Obviamente se há duas versões distintas compete agora fazer uma apuração para verificar quem está mentindo. Se os policiais cometeram qualquer abuso irão responder, da mesma forma que se for constatado que o vereador cometeu algum crime ou contravenção também irá responder. É assim que funciona a justiça”, explicou o Relações Públicas da PM.
Segundo o oficial, independente de ficar confirmado ou não que o vereador cometeu de fato o desacato, também será apurada as supostas agressões que ele afirma ter sofrido.