ARACAJU/SE, 2 de agosto de 2025 , 0:50:16

50,2% aprovam governo Lula e avaliação positiva chega a 46,6%, diz pesquisa AtlasIntel

 

O desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu terceiro mandato, é aprovado por 50,2% da população, de acordo com pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira (31). Segundo o instituto, é a primeira vez nesse ano que a aprovação a Lula supera a desaprovação, de 49,7%.

Na série histórica feita pelo instituto, a última vez que Lula teve maioria de aprovação foi em outubro de 2024. A partir de novembro daquele ano, a popularidade do presidente piorou, em um movimento identificado também por outros institutos de pesquisa. À época, a avaliação interna do governo apontava entre as razões o mau humor de parte do eleitorado com a inflação e falhas na comunicação institucional, que não estaria fazendo chegar até a população as ações da gestão. O ápice da desaprovação foi registrado em maio deste ano (53,7%), semanas após a Polícia Federal revelar o esquema de fraude em descontos de aposentados e pensionistas do INSS.

A avaliação ao governo continua com maioria de “ruim ou péssimo”, mas o percentual diminuiu na comparação com a pesquisa anterior, encerrada em 13 de julho. Para 48,2% o governo está ruim, ante 49,4% há 15 dias. Outros 46,6% consideram “ótimo ou bom”, 3,2 pontos acima do resultado verificado anteriormente. Outros 5,1% consideram regular.

Lula deixou de ter maioria de “ótimo ou bom” em dezembro de 2024. O pior momento, a exemplo do que ocorreu com a desaprovação, foi registrado em maio desse ano, com 52,1% de “ruim ou péssimo” e 41,9% de avaliação positiva. A partir de junho, a trajetória dos dados começa a mudar, com redução dos percentuais negativos e melhora dos positivos.

A mudança coincide com a repercussão do anúncio do governo dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% contra produtos brasileiros. Entre as justificativas para a medida, o presidente Donald Trump mencionou o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por crimes contra a democracia, e decisões do ministro Alexandre de Moraes contra plataformas digitais sediadas no país.

O governo Lula classificou o tarifaço como um atentado à soberania brasileira e acusou a família Bolsonaro de traição à pátria por influenciar os EUA com objetivo de conseguir anistia para o ex-presidente. Bolsonaro negou ter relação com o tarifaço, mas endossou a medida. Seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos EUA desde março, admitiu mais de uma vez que articulava apoio americano para aplicar sanções contra Moraes. Ele também negou ter colocado as tarifas entre as medidas que discutia com políticos americanos, mas disse em entrevistas que a anistia seria uma forma de fazer Trump rever as sobretaxas.

A pesquisa foi realizada antes de o governo Trump anunciar a aplicação de sanções financeiras contra Moraes, na manhã de quarta-feira.

O levantamento foi feito entre 25 e 28 de julho com 7.334 pessoas pelo método “recrutamento digital aleatório”, pela internet. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos, e o nível de confiança de 95%. A pesquisa consta no relatório “Latam Pulse”, em iniciativa conjunta entre AtlasIntel e Bloomberg, que fornece dados mensais sobre a situação política, social e econômica do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru.

Na comparação com a pesquisa anterior, a imagem de Lula melhorou e de Bolsonaro piorou. Segundo o instituto, agora 51% têm imagem positiva do atual presidente (ante 47% em junho). A imagem é negativa para 48% – era 53% há um mês. O ex-presidente tinha 53% de avaliação negativa e em julho passou para 55%. A avaliação positiva caiu de 46% para 44%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segue com maioria de avaliação negativa (os mesmos 51% verificados em junho), mas a percepção positiva aumentou de 45% para 48%. O desempenho do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, praticamente se repetiu, com 47% de avaliação positiva e 46% de negativa (que oscilou 1 ponto para baixo). O governador é cotado para disputar a Presidência da República em 2026 no lugar de Bolsonaro, que, além de réu no STF, está inelegível até 2030.

Fonte: Valor

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