Da redação, Joangelo Custódio
Do alto dos seus 53 anos, o aracajuano e advogado Luiz Roberto, ex-presidente da Associação Desportiva Confiança e hoje gestor da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), concedeu entrevista exclusiva ao portal AJN1 para contar um pouco por que aceitou o convite do prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) para estar à frente dessa empresa pública que é alvo de críticas constantes, além de comentar sobre a polêmica licitação do lixo e da limpeza pública da capital. Autoconsiderado apartidário, mesmo nutrindo apoio da corrente liderada pelo deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), ele diz que incorporou o projeto e que hoje a cidade está limpa. Confira:
AJN1 – O senhor está desde 2017 no comando da Emsurb, sendo efetivado em 2018. O que o levou a aceitar o convite do prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) para ser presidente de uma empresa pública que é alvo constante de críticas?
Luiz Roberto – A partir do momento que aceitei fazer parte da equipe do Prefeito Edvaldo Nogueira, inicialmente como presidente da Fundat, indicação do deputado Fábio Mitidieri, incorporei o projeto a ser executado na nossa Cidade e estava preparado para qualquer desafio.
AJN1 – O senhor esteve à frente da licitação da coleta de lixo de Aracaju, a qual foi bastante questionada pelos vereadores e pelo Tribunal de Contas. Sobre a licitação, o que ela traz de novo?
LR – A licitação foi realizada com a maior transparência possível, prova maior foi entregar toda documentação de forma antecipada no MPE e no TCE, órgãos de controle que se colocam à disposição da sociedade para análise dos procedimentos. A licitação trouxe uma nova metodologia de trabalho, divisão em lotes, possibilitando melhorias na coleta e destinação de resíduos em Aracaju. A cidade está mais limpa e organizada.
AJN1 – A Cavo e a Torre alternaram-se no comando da coleta seletiva da capital nos últimos anos. Os trabalhos foram realizados a contento, mesmo com momentos de paralisação de garis e “desavenças” entre a PMA e as empresas?
LR – O processo licitatório permite a possibilidade de alternância nos serviços prestados. As empresas têm de forma própria sua forma de trabalhar, cabendo ao contratante fiscalizar e exigir a prestação de serviço de qualidade, e é isso que esperam as pessoas impactadas pela atividade. Situações de crise acontecem e devem ser enfrentadas e solucionadas.
AJN1 – Na sua avaliação, qual a maior dificuldade no gerenciamento da Emsurb?
LR – A Emsurb tem várias atividades, impondo aos seus gestores desafios diários. As pessoas enxergam na Emsurb apenas o carro chefe que é a limpeza pública, mas administramos cemitérios, trinta e duas feiras, nove mercados, limpamos canais, coordenamos o parque da Sementeira, regulamos a publicidade na cidade, gerimos os espaços públicos, dentre outras atividades. Com essa gama de situações não podemos perder o foco e exercer com dedicação e compromisso nosso trabalho.
AJN1 – Quando o senhor foi convidado a ser o gestor efetivo da Emsurb – após polêmicas com o seu antecessor, o ex-deputado federal Mendonça Prado, investigado por supostas irregularidades na contratação da empresa para limpeza pública e o recolhimento de lixo na capital –, qual foi a principal recomendação do prefeito Edvaldo Nogueira?
LR – A mesma que ele passa para todos os secretários: “oferecer serviços de qualidade para a população, olhando sempre para os mais necessitados, preservando a ética e a responsabilidade na aplicação dos recursos públicos”.
AJN1 – Quais são os principais investimentos da Emsurb na sua gestão?
LR – Conclusão da licitação em nove meses. Reorganização das feiras livres. Recadastramento de permissionários. Limpeza de canais. Limpeza mensal dos mercados. Melhorias nas dependências do parque da Sementeira. Regularização da Lei da Publicidade. Licitação das feiras livres. Aquisição de equipamentos para o desenvolvimento das atividades. Capacitação da equipe. Valorização dos servidores.
AJN1 – O senhor foi presidente da Associação Desportiva Confiança por seis temporadas. O que é melhor: ser presidente da Emsurb ou presidente do time proletário?
LR – São situações distintas, cada uma com suas especificidades, mas ambas são desafiadoras e exigem muita dedicação e prescinde de uma equipe qualificada na execução das tarefas.
AJN1 – Sente falta de estar inserido no mundo do futebol?
LR – Não, pois acompanho sempre as partidas do Maior do Estado, o meu querido Confiança.
AJN1 – Pretende voltar a disputar a presidência do Confiança?
LR – Não. Entendo que já dei minha colaboração. Seguirei como Conselheiro Vitalício, mas acima de tudo como torcedor. O Confiança é uma paixão.