O Brasil tem a 6ª menor inflação do G20 em 2022. O índice de preços do país está em 4,4% na taxa acumulada de janeiro a agosto, menor do que nações como União Europeia (7,6%), Reino Unido (7,1%) e Estados Unidos (5,4%). O levantamento é do economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, a pedido do Poder360.
O país está distante das taxas mais altas, como da Argentina (55,7%), Turquia (47,8%) e Austrália (10,5%) no acumulado de 2022. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro a agosto também está menor que outros países e regiões com taxas historicamente baixas, como Alemanha (7%), Canadá (6,4%) e França (5,1%).
Só Coreia do Sul (4,4%), Indonésia (3,6%), Japão (2,8%), Arábia Saudita (2,6%) e China (1,6%) têm taxas menores do que o Brasil. Economistas ouvidos pelo Poder360 indicam 2 fatores para a desaceleração do índice de preços brasileiro: 1) a queda de impostos, como o ICMS, por exemplo; 2) o aumento da taxa de juros pelo Banco Central, lá em março de 2021, que agora traz resultados.
Parte dos países não divulgaram as inflações de agosto, como a África do Sul, Arábia Saudita, Austrália, Canadá e Japão. O economista-chefe da Austin Rating fez a projeção mensal de agosto para as nações.
Saiba o calendário de divulgação dos resultados: África do Sul (21.set.2022); Arábia Saudita (16.set.2022); Canadá (20.set.2022); Japão (19.set.2022); Austrália (sem previsão).
Tatiana Nogueira, economista da XP, diz que os valores do IPCA dos próximos meses devem ser mais baixos. Isso fará com que o Brasil caia ainda mais posições, segundo ela. “Em contrapartida, na Europa, as altas taxas devem seguir, principalmente pela crise energética“, afirmou.
No entanto, o preço dos alimentos devem continuar pressionando a inflação. Carlos Alberto Ramos, professor de Economia da UnB (Universidade de Brasília), afirma haver fenômenos que devem continuar influenciando a alta dos produtos. “Tanto pela guerra, como pelos fenômenos climáticos. Os preços dos alimentos elevados chegaram para ficar por um bom tempo“, disse.
A inflação do Brasil é a menor entre as principais nações da América Latina em 2022. A 1ª no ranking é a Venezuela, com taxa de 60,4% de janeiro a agosto.
No acumulado de 12 meses, porém, o país tem inflação de 8,7%. O patamar está 3,7 pontos acima do teto da meta. Analistas apostam que a taxa vai desacelerar para 6,4% até o fim do ano, segundo o Boletim Focus do BC (Banco Central).
Inflação e juros no Brasil
Em agosto, o Brasil registrou deflação –queda no índice de preços– de 0,36%. Essa foi a 2ª queda mensal seguida do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Também foi a maior queda para agosto desde 1998.
No acumulado de 12 meses, a taxa passou de 10,07% em julho para 8,73% em agosto, o menor patamar desde junho de 2021. O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse em 23 de agosto que a inflação de 2022 será de 6,5% ou menos.
O mercado financeiro reduziu pela 11ª semana seguida a projeção para a inflação brasileira deste ano. A estimativa para o IPCA caiu de 6,61% para 6,40%. Os percentuais foram divulgados Banco Central no Boletim Focus.
Para controlar a inflação alta, o BC subiu a taxa básica de juros, a Selic, para 13,75% ao ano em 3 de agosto de 2022. Os juros estão no maior patamar desde janeiro de 2017. A última vez que ficou acima deste nível foi em novembro de 2016, quando estava em 14% ao ano.
O Copom (Comitê de Política Monetária) deixou a porta aberta para elevar a Selic para 14% ao ano em setembro e disse que manterá a taxa alta por um período “suficientemente longo” para controlar a inflação.
Fonte: Poder360