ARACAJU/SE, 15 de maio de 2025 , 14:48:20

Acordo entre Brasil e China no setor ferroviário provoca revolta da indústria nacional

 

A assinatura de um acordo entre os governos do Brasil e da China para intensificar a cooperação no setor ferroviário provocou forte reação por parte da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER) e do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE).

Em nota conjunta divulgada na terça-feira (13), as entidades expressaram “profunda indignação” com o anúncio do governo federal, feito durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China.

Assinado por Vicente Abate, presidente da ABIFER, e Massimo Giavina, 1º vice-presidente do SIMEFRE, o documento ressalta que, embora a cooperação internacional seja importante, o Brasil deve priorizar sua indústria ferroviária nacional, que tem histórico de qualidade, inovação e capacidade produtiva.

O acordo prevê a criação de um fórum bilateral Brasil-China, com foco na instalação, em território brasileiro, de unidades para fabricação de trens, metrôs, monotrilhos, veículos leves sobre trilhos (VLTs) e outros equipamentos ferroviários.

A parceria inclui o aporte de capital humano, tecnologia e investimentos por parte da China, como parte de uma estratégia mais ampla para impulsionar obras de infraestrutura no Brasil.

Durante evento ao lado de Xi Jinping, Lula destacou o apoio chinês como “decisivo para tirar do papel rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão”.

Em tom crítico, ABIFER e SIMEFRE afirmaram que não há lacunas na capacidade produtiva nacional a serem ocupadas por fabricantes estrangeiros. Pelo contrário. As empresas brasileiras do setor teriam arcado com longos períodos de ociosidade causados pela inconstância de investimentos públicos.

As entidades pedem que o governo federal zele pela indústria nacional, reforçando que investir no setor ferroviário brasileiro é estratégico para o desenvolvimento econômico, tecnológico e sustentável do país.

Fontes: Conexão Política e 55Invest

 

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