ARACAJU/SE, 27 de outubro de 2024 , 12:27:28

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Alckmin diz que juro atual ‘não justifica’ e que ‘inflação não pode voltar’

 

Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, criticou nesta segunda-feira (20) a atual taxa de juros no Brasil.

“Não há nada que justifique 8% de juro real acima da inflação quando não há demanda explodindo e de outro lado quando o mundo inteiro está praticamente com juro negativo”, declarou.

Alckmin defendeu ainda um “desenvolvimento inclusivo e com estabilidade”. “Não pode voltar inflação. A inflação não é socialmente neutra: ela tira do mais pobre e põe para o mais rico”, afirmou.

Alckmin elogiou a ancoragem fiscal, que deverá ser divulgada nos próximos dias, que contempla a curva da dívida, o superávit e o controle de gastos. “Temos inúmeros desafios, entre eles imposto e o custo do dinheiro, os juros altos. Mas o governo Lula está muito empenhado em fazer a reforma tributária. Vai simplificar cinco tributos em um único imposto, o IVA, que vai reduzir o custo Brasil”, explicou.

O vice-presidente disse também estar muito otimista com o avanço da reforma tributária. “Simplifica tributos e tira a cumulatividade. Vai estimular a exportação e também reduzir o custo Brasil”, explicou.

Alckmin veio ao Rio de Janeiro para participar, na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21”.

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante recebeu também José Pio Borges, presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), e Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Mercadante também criticou os juros altos, o que, segundo ele, deixa o cenário pouco competitivo para investimentos em energia limpa.

Sustentabilidade

Para Alckmin, o Brasil é “a bola da vez” no mercado de créditos de carbono. “Onde é que eu fabrico bem e barato e consigo compensar a emissão de carbono? E aí o Brasil, como disse o Mercadante, passa a ter uma oportunidade extraordinária para atrair investimentos de energia limpa e de redução de emissões”, prosseguiu.

O vice-presidente disse ainda que “o mundo vai depender de três países”: “Brasil, Congo e Indonésia, o BIC, onde estão as três florestas tropicais que podem segurar as mudanças climáticas.”

Alckmin citou “a postura firme do governo combatendo o desmatamento ilegal”.

“Na Amazônia, o desmatamento é absurdo. Se somarmos o escapamento da moto, do carro, do ônibus, do caminhão, da lancha, do trem, do avião, a chaminé de todas as fábricas, o lixão, o esgoto, é a metade. A outra metade é só o desmatamento. Um hectare de mata queimada são 300 toneladas de carbono lançadas na atmosfera. E não é agricultor que faz desmatamento, é grileiro de terra”, descreveu.

“O grileiro desmata na esperança de que amanhã o governo vá lhe dar o título dessa terra. Falta o poder de cumprimento da lei. E a postura do governo Lula tem sido de total compromisso com a sustentabilidade, com o desenvolvimento inclusivo de não deixar ninguém para trás”, emendou.

“Aqui foi muito bem lembrado o salário mínimo: 70% dos aposentados e pensionistas do Brasil vivem com um salário mínimo. Imagine o idoso, sem casa própria, viver com R$ 1.302?”, questionou.

Fonte: G1

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