A um ano e meio das eleições, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparecem bem posicionados na corrida pelo Senado Federal, com chances reais de vitória em nove dos 11 estados analisados pelo Instituto Paraná Pesquisas, além do Distrito Federal. As exceções são Minas Gerais, Bahia e Maranhão, onde o bolsonarismo enfrenta mais resistência. Em quatro regiões, há possibilidade concreta de “dobradinhas”, com os dois senadores eleitos alinhados ao ex-presidente.
A eleição para o Senado é uma das principais prioridades de Bolsonaro, que pretende garantir maioria e articular a eleição do presidente da Casa, com o objetivo declarado de abrir caminho para pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Estarão em disputa 54 das 81 cadeiras.
Dobradinhas e liderança em grandes colégios eleitorais
Em São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PL) lidera com 33,1%, e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), aparece tecnicamente empatado com o ex-jogador Raí, com 17,6% e 15,2%, respectivamente.
No Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PL) lidera com 41,7%, seguido de Cláudio Castro (PL), com 31,3%, à frente da deputada Benedita da Silva (PT), com 27,1%. Já no Distrito Federal, Michelle Bolsonaro (PL) e o governador Ibaneis Rocha (MDB) despontam com 42,9% e 36,9%.
No Tocantins, a direita também aparece com força: o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) lidera com 52,9%, seguido pelo senador Eduardo Gomes (PL), com 32,5%.
Minas Gerais: vácuo à direita e indefinição
O cenário mais delicado para o grupo ocorre em Minas Gerais. Romeu Zema (Novo), que lidera com 52,7%, não deve, por ora, disputar o Senado. Nikolas Ferreira (PL), o nome mais popular da direita no estado, não tem idade mínima. Bolsonaro sugeriu o nome de Paulo Guedes, mas o favoritismo de Michelle no DF travou a ideia de transferência de domicílio eleitoral.
Hoje, os cotados do PL mineiro são Domingos Sávio e Eros Biondini. O secretário Marcelo Aro (PP), próximo a Zema, é o favorito do governador para uma das vagas.
Nordeste segue desafio; Bahia e Maranhão resistem
Na Bahia, o PT lidera com Rui Costa (43,8%) e Jaques Wagner (34%). João Roma (PL) aparece em terceiro com 24,6%. Ele e ACM Neto (União Brasil) estudam uma composição para enfrentar a hegemonia petista.
No Maranhão, os nomes de esquerda dominam: Carlos Brandão (PSB), Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD) concentram a preferência. O campo bolsonarista ainda não apresenta candidatura competitiva.
Disputa aberta no Sul e Sudeste
No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) lidera com 43,1%. Manuela D’Ávila (sem partido) e Onyx Lorenzoni (PL) disputam a segunda vaga, seguidos por Zucco (PL) e Marcel van Hattem (Novo).
No Paraná, Ratinho Júnior (PSD) lidera com 47,8% e pode disputar a Presidência, mas é opção para o Senado. Roberto Requião (Mobiliza) tem 31,7%. Na sequência, Cristina Graeml (Podemos), Filipe Barros (PL) e Deltan Dallagnol (Novo) aparecem tecnicamente empatados.
Outros cenários
No Espírito Santo, Lorenzo Pazolini (Republicanos) está em segundo, com 22,5%, mas também pode disputar o governo. No Rio Grande do Norte, Álvaro Dias (Republicanos), ex-prefeito de Natal, está na vice-liderança com 31,8% e também mira o Executivo estadual.
Em Pernambuco, o cenário é mais incerto: Humberto Costa (PT) e Miguel Coelho (União Brasil) aparecem empatados, com 32,9% e 30,1%. Anderson Ferreira (PL) e Gilson Machado (PL) disputam o apoio de Bolsonaro.
Fonte: Conexão Política