ARACAJU/SE, 5 de setembro de 2025 , 18:44:26

Anistia ao 8 de Janeiro: governador de SP e presidentes da Câmara do Senado discutem texto ‘moderado’, contrariando setores que defendem totalidade

 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reuniu-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir os rumos do projeto que prevê o perdão a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Também participaram do encontro os presidentes nacionais do Republicanos, Marcos Pereira, e do PP, Ciro Nogueira. Entre eles, houve consenso quanto à necessidade de o Congresso aproveitar o que classificaram como “momento ideal” para avançar com a proposta. A avaliação é que, após meses de resistência, partidos do centro político passaram a aderir à ideia de conceder anistia, criando ambiente mais favorável à sua tramitação.

Apesar do alinhamento, o grupo alegou necessidade de construir um texto mais moderado. A intenção é evitar tanto a amplitude defendida por setores do bolsonarismo quanto o enxugamento desejado por integrantes do governo federal. A proposta seria um meio termo entre os extremos, sob alegação de garantir viabilidade política e segurança jurídica.

A posição abriu insatisfação entre parlamentares bolsonaristas, que defendem uma anistia ampla, geral e irrestrita, incluindo também o ex-presidente Jair Bolsonaro entre os beneficiários. O grupo é apoiado por lideranças como os governadores Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG), que têm pressionado por um texto que conceda perdão sem restrições. Ambos já disseram que brigarão pela integralidade da resolução, tanto na Câmara quanto no Senado.

Tarcísio de Freitas amplia diálogo

Alterar para aprovar e efetivar. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), intensificou sua atuação em Brasília com o intuito de viabilizar a aprovação de um projeto de anistia que contemple tanto os condenados pelos atos de 8 de janeiro quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de suposta tentativa de golpe de Estado. Apesar da investida, ele já fala em uma medida que seja ‘viável’ para todos os lados e não seja ‘barrada’ pelos togados. A ideia é passar um pente fino, caso seja necessário.

Além de encontros com parlamentares, Tarcísio tem buscado interlocução direta com ministros do STF. A motivação, segundo aliados, é a preocupação com eventual declaração de inconstitucionalidade por parte da Corte caso o Congresso aprove um texto amplo de anistia. Paralelamente, lideranças do Centrão também começaram a ventilar uma narrativa de ‘ofício paralelo’, com ideias diferentes das medidas defendidas inicialmente pelo ala bolsonarista.

A agenda de Tarcísio em Brasília incluiu reuniões com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de líderes partidários do PP, União Brasil e PSD. O governador quer mapear a viabilidade política da proposta e articular sua tramitação.

Apesar de inicialmente não ter se comprometido com a pauta, Motta passou a admitir a possibilidade de colocar o projeto em votação após o julgamento de Bolsonaro, diante do crescente apoio de lideranças da Câmara.

Nos bastidores, há avaliação de que a atuação de Tarcísio pode assumir duas leituras políticas: como um gesto de conciliação com o STF ou como sinal de alinhamento à base de Bolsonaro, considerando a possibilidade de ele vier a ceder mais à frente.

Fonte: Conexão Política

 

 

 

 

 

Você pode querer ler também