A aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu dois pontos percentuais após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo pesquisa Atlas/Bloomberg divulgada nesta terça-feira (15), 49,7% dos entrevistados aprovam o governo, ante 47,3% da pesquisa anterior, divulgada em junho.
A pesquisa também mostra que o índice de desaprovação oscilou para baixo: na pesquisa anterior, de junho, 51,8% desaprovavam a gestão petista. Agora são 50,3%. A Atlas/Bloomberg ouviu 2.841 pessoas acima de 16 anos de forma remota entre os dias 11 e 13 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Em relação ao trabalho da política externa do governo Lula, 60,2% das pessoas aprovam, enquanto 38,9% desaprovam. Quando comparado com o governo anterior, 61,1% acham que Lula representa melhor o Brasil do que Bolsonaro (38,8%) na política externa.
Para 62,2% dos entrevistados, a decisão de Trump de taxar os produtos brasileiros em 50% é injustificada; 36,8% acham justificada e 1% não sabe.
Quase 41% dos entrevistados acham que a principal motivação de Donald Trump foi uma retaliação contra a participação dos Brasil no Brics (40,9%); 36,9%atribuem à atuação da família Bolsonaro; 16,8%.
Ameaça à soberania brasileira
Pouco mais da metade dos entrevistados, 50,3%, considera que as justificativas usadas por Trump ao decidir taxar em 50% os produtos brasileiros podem ser consideradas uma ameaça à soberania brasileira. Outros 47,8% não consideram uma ameaça e 1,8% não soube opinar.
Em relação à reação do governo brasileiro diante do anúncio das tarifas pelo governo Trump, 44,8% consideram adequada; 27,5% consideram agressiva e 25,2% consideram fraca. Outros 2,5% não souberam opinar.
Apesar disso, os entrevistados estão otimistas em relação a um possível acordo. Para 47,9% dos entrevistados o governo federal será capaz de negociar e chegar a um acordo com os Estados Unidos para reduzir as tarifas aplicadas sobre os produtos brasileiros; 38,8% acham que o governo não chegará a um acordo e 13,3% não sabem.
A pesquisa também mediu os possíveis impactos do aumento das tarifas na economia brasileira se elas se concretizaram. Questionados em relação à inflação, 70% dos entrevistados acham que vai aumentar; 18% acham que não terá impacto; 6% acham que vai diminuir e outros 6% não sabem. Em relação ao crescimento econômico, 8% acham que irá aumentar apesar das tarifas; 15% acham que não terá impacto; 72% acham que vai diminuir e 5% não souberam responder.
Fonte: Valor