A deputada estadual Maria Mendonça (PSDB) promoveu nesta quarta-feira (10), uma audiência pública sobre empreendedorismo feminino. Na oportunidade, diversos segmentos da sociedade e representantes de instituições se fizeram presentes, apresentando sugestões e experiências, buscando a valorização da mulher. A parlamentar buscou propostas para aprimorar o projeto de lei, de sua autoria, que visa a criação de políticas públicas de incentivo para mulheres empreendedoras.
A primeira a discursar no evento foi a embaixadora do Comitê de Políticas Públicas do Grupo Mulheres do Brasil (que incentiva o protagonismo feminino na sociedade), a jornalista Isabel Ferreira. Ela falou sobre a proposta idealizada pela presidente do Conselho Administrativo da Rede Magazine Luiza e uma das líderes do grupo no País, Luiza Helena Trajano.
“Temos quase um ano de atividades e trabalhamos em três frentes: o empreendedorismo, o combate à violência e a elaboração de políticas públicas. Nós entendemos que o Estado pode ampliar esse trabalho, se unindo e ampliando nossa atuação, esse protagonismo. Quando a gente contribui para o empoderamento, a gente também luta e combate a violência contra a mulher”, pontuou.
Maria Mendonça
Por sua vez, Maria Mendonça explanou que sua ideia é transformar o projeto de lei em tramitação em referência nacional. “Estamos buscando garantir para a mulher sergipana sua valorização e vamos estender isso às escolas da rede estadual para que possamos trabalhar essa pauta com as estudantes. Queremos instituir essa política de estímulo ao empreendedorismo feminino no sentido que este projeto torne-se referência para o restante do Brasil”.
Brasil 200
Representando o Movimento Brasil 200 (que faz referência aos 200 anos de independência do Brasil), o coordenador Lúcio Flávio Rocha disse que o projeto é parceiro do Grupo Mulheres do Brasil. “Queremos saber como iremos construir o nosso País para a verdadeira independência e nós entendemos que para isso nós temos passar pelo empreendedorismo. Estamos em um País com milhões de desempregados”.
“Mulheres empreendendo estão aquecendo o mercado de trabalho, a economia. Trata-se de um movimento altruísta e isso deve ser uma decisão e não uma imposição. Temos funcionárias, políticas e mães de famílias bem sucedidas. Temos que criar um lastro para acolher essas mulheres nos negócios. O País precisa disso”, completou Lúcio.
A coordenadora das Câmaras Empresariais, Cris Moura, fez um convite especial aos presentes. “Nós que fazemos a Fecomércio consideramos essencial o fomento do empreendedorismo feminino. Nós já fazemos a nossa parte através da Câmara Empresarial da Mulher, incentivando essas gestoras de negócios. Com muito orgulho nós presenciamos essas mulheres abrindo espaços. Nós aproveitamos para convidar a todos que tenham interesse em conhecer o nosso trabalho de fomento”.
Representando o presidente do Banco do Estado de Sergipe (Banese), a superintendente de crédito, Maraíza Cruz Sá, fez uma exposição em plenário sobre todas as linhas de crédito disponíveis para incentivar o empreendedorismo feminino. “Hoje estamos vivendo um dia importante para as mulheres com esse debate amplo, já conversei com algumas mulheres aqui e é um começo na busca por esse empoderamento. Estamos abertos para disponibilizar nossos serviços para a sociedade”, disse, se colocando a disposição para discutir as propostas com entidades.
Em seguida, Maraíza Cruz fez uma breve apresentação com modelos de linhas de crédito acessíveis às mulheres empreendedoras. “Temos propostas para o empreendedorismo de início, como a implantação, modernização e reforma do setor industrial, além de prestação de serviços e projetos de investimentos de capital de giro para micro, pequenas e médias empresas, como também parcerias para aquisição de equipamentos nacionais e parcerias com o Estado voltadas para o turismo e o financiamento do 13º salário e encargos de empresas. Tudo com taxas baixas”.
Falando como Procuradora da Mulher e presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher, a deputada Goretti Reis (PSD) valorizou a iniciativa de Maria Mendonça e pontuou que a meta a ser alcançada está na busca pela igualdade. “Queremos leis que realmente garantam o respeito e a igualdade. Essa luta deve ser sempre enfatizada”.
“Temos que trabalhar para que algumas particularidades das mulheres não sejam impeditivos no mercado de trabalho, que tenhamos salários iguais, valorizando a inclusão. Inclusive temos um projeto voltado para a necessidade de motivação onde as empresas terceirizadas do Estado reservem um percentual de 3% do seu efetivo para mulheres vítimas da violência, para que elas sejam encorajadas a lutar e que retomam a busca pela independência financeira”, acrescentou.
Sebrae
O diretor-presidente do Sebrae, Paulo do Eirado, também discursou e valorizou a busca pelo empreendedorismo. Disse que a iniciativa é um dos pilares da estrutura de sua instituição. “Muito passa pela Educação. Muitas vezes confundimos como uma questão de iniciativa individual, a esperteza para fazer negócios. A rigor o sucesso do empreendedor passa por um ambiente favorável. Temos lá, certamente, oportunidades iguais para homens e mulheres e isso está muito ligado a liberdade de cada um. Isso passa por uma visão de longo prazo e nisso a mulher leva grande vantagem”.
Para a diretora regional do Senac, Priscila Felizola, existe a necessidade de se estimular o “espírito empreendedor” da mulher. “Quero destacar a iniciativa da deputada Maria Mendonça e agradecer o convite. Carrego o entendimento que já nascemos com o espírito empreendedor pelas diversas funções que realizamos. O maior exemplo é a quantidade de empresas que já são comandadas por nós, mulheres. É uma luta grande e contínua”, propagou.
Em seguida, ela falou do número de matrículas de alunos do sexo feminino, comprovando o aumento do interesse das mulheres no querer empreender. Ela disse ainda que o Senac é uma instituição que foca na capacitação e na integração, buscando estimular sempre o espírito empreendedor, inserindo pessoas no mercado de trabalho, gerando renda. “Temos 130 cursos em diversos níveis”, pontuou.
A vice-presidente da ACESE (Associação Comercial e Empresarial de Sergipe), Gleide Selma, disse que a proposta da deputada Maria Mendonça é um “reforço” na luta diária de todas as mulheres. “Sempre achei que já nascemos empoderadas, já pelo fato de termos o dom de gerar outro ser, mas é evidente que a mulher precisa de um reforço, de mais confiança em sua capacidade. Administrar uma casa é empreender! Agora é preciso que alguém diga a ela que é capaz, que pode fazer isso. Isso passa também pela Educação. A mulher precisa do apoio emocional e financeiro”.
Fonte: Alese