ARACAJU/SE, 23 de outubro de 2024 , 8:21:50

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Avião apreendido com 290 kg de maconha é de igreja liderada pelo tio de Damares Alves

A ex-ministra da Mulher e da Família, a senadora Damares Alves confirmou que o avião que transportava 290 kg de maconha, apreendido pela Polícia Federal, pertence à igreja Quadrangular do Pará. O grupo religioso é liderado pelo pastor Josué Bergston, tio de Damares, e ex-deputado federal.

Avião da Igreja Quadrangular é flagrado com 290 kg de maconha no Pará:
Conforme informou o jornal O Globo, em nota, a senadora afirmou que o “o ex-deputado federal Josué Bengtson é seu tio”, e que tomou conhecimento do caso “através da imprensa”. Ainda segundo a parlamentar, ela teria entrado em “contato com a família e foi informada que a denúncia à Polícia Federal sobre uma carga suspeita carregada na aeronave foi realizada pelos responsáveis pelo avião, ou seja, pela própria Igreja”.

A apreensão foi realizada na manhã do último sábado, 27, em um hangar de voos particulares do Aeroporto Internacional de Belém. De acordo com a PF, a pessoa que estava prestes a transportar o carregamento de maconha foi preso em flagrante minutos antes da decolagem do monomotor. Ele teria corrido para fora do aeroporto, mas foi capturado.

A droga ocupava todo o espaço que sobrava na aeronave, além dos assentos para um passageiro e o piloto. O piloto não foi preso, pois não foi verificada participação dele no crime. A aeronave foi apreendida, assim como o celular do suspeito.

A Igreja Quadrangular do Pará declarou que o responsável pela limpeza da aeronave, um trabalhador terceirizado, teria acessado o avião sem permissão no dia anterior. O homem procurou o piloto querendo que ele levasse “algumas peças de trator para uma cidade no interior”, afirmou a entidade em nota ao G1. Ainda conforme a igreja, a procedência da droga é desconhecida.

A aeronave é usada para levar pessoas doentes em caso de necessidade, segundo o filho de Josué, Paulo Bengtson, afirmou ao portal.

Ex-deputado

Josué Bengtson foi deputado federal por quatro mandatos, assumindo pela primeira vez o cargo em 1999 e ficando até 2007, após ser reeleito. Em 2011 ele participou do pleito e foi novamente eleito, ficando até 2019.

De acordo com o Ministério Público Federal, em maio de 2018, Josué foi condenado por enriquecimento ilícito por meio do esquema de desvio de recursos da saúde que ficou conhecido como ‘máfia das ambulâncias’ ou ‘escândalo dos sanguessugas’. Bengston foi condenado à perda do mandato, tendo os direitos políticos suspensos por oito anos, e à pagar cerca de R$ 150 mil em multas e devolução de recursos.

Os municípios paraenses citados na sentença como prejudicados pelos desvios, realizados com a participação de Josué Bengston nos anos 2000, foram Ulianópolis, Bagre, Santa Luzia do Pará, Tracuateua, Faro, Ponta de Pedras, Palestina do Pará e São Félix do Xingu. Apenas os prejuízos a Ulianópolis e Bagre já foram computados.

“Josué Bengston, na sua condição de deputado federal, direcionava as emendas para os municípios de seu interesse, indicando o nome do prefeito, e posteriormente as licitações eram fraudadas para que o objeto fosse adjudicado pela empresa Planam, que previamente depositava contrapartidas indevidas na conta do deputado e da instituição religiosa [da qual Bengston faz parte]”, afirmou o procurador da República Bruno Valente no resumo das alegações.

Fonte: Portal Terra

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