Da redação, AJN1
A entrevista que o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Clóvis Barbosa, concedeu ao radialista Narcizo Machado, da Fan FM, na manhã desta terça-feira (5), sobre a polêmica “carreta do câncer” – uma espécie de laboratório para exames e diagnósticos, avaliada em R$ 2.709 milhões – chegou aos ouvidos do governador Belivaldo Chagas e ele não gostou nenhum pouco.
Isso porque na entrevista, o conselheiro chamou Belivaldo de “arrogante” ao conduzir as frustradas negociações para resolver o imbróglio entre o empresário que construiu a carreta do câncer e o Governo. O veículo está pronto desde julho do ano passado, mas o governo não tem dinheiro para pagar à vista e o dono não aceita parcelamento.
“Esse não é o Belivaldo que eu conheci. Essa história é desde julho do ano passado, quantas mulheres foram diagnosticada com câncer nesse período? Enquanto isso, fica o governador falando que não vai pagar e que vai pegar uma carreta mais barata”, disse em tom ácido.
Em resposta ao conselheiro, Belivaldo escreveu no Twitter: “Muito estranha as palavras inadequadas do conselheiro Clóvis Barbosa em relação a mim. Estranho também é esse interesse do conselheiro no pagamento da carreta”.
Nota da Secom
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) diz que o governador Belivado Chagas de fato “estranha a forma agressiva pela qual o conselheiro do Tribunal de Contas, Clóvis Barbosa, tem se referido a ele por meio da imprensa, utilizando termos inadequados à função que ambos exercem, demonstrando, inclusive, um certo desequilíbrio emocional”.
A nota diz ainda que Belivaldo continua tendo toda consideração e respeito pelo conselheiro, apesar das agressões. “Toda celeuma acontece por uma questão administrativa, de total responsabilidade do governo do Estado, e que inclui uma decisão de comprar, ou não, uma carreta para a área da saúde. O governo do Estado está tomando todas as precauções devidas em relação a essa aquisição, inclusive, apurando acusações recentes do proprietário da empresa que construiu a carreta, o qual levantou questões éticas para a entrega do equipamento.”
Justiça
A Secom diz ainda que o governo do Estado está acionando o empresário na Justiça para que ele se explique. Em relação aos recursos que o conselheiro Clóvis Barbosa afirma ter deixado, “é preciso entender que no mesmo período em que ele foi presidente do Tribunal de Contas do Estado, o governo do Estado pagou pelo déficit da previdência daquela Corte de Contas os valores de R$ 29 milhões em 2016 e R$ 31 milhões em 2017, perfazendo R$ 60 milhões durante sua gestão. Isso demonstra, claramente, que a folga de recursos que ele alega ter devolvido foi devido ao pagamento por parte do governo do Estado de um valor muito maior do que o montante economizado.”
Por fim, o governador estranha a preocupação de Clóvis Barbosa em relação às cobranças insistentes que ele faz para o pagamento da empresa e afirma que sua decisão será em busca do melhor para a saúde do povo sergipano.