A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (12) um acordo para subir temporariamente o teto da dívida e assim evitar um default — ou seja, um calote — que provocaria recessão e agitação nos mercados globais. O texto já havia sido aprovado pelo Senado.
O avanço — que parece dissipar a crise pelo menos até meados de dezembro, ao adicionar outros US$ 480 bilhões ao limite de endividamento disponível — ocorre seis dias antes de o país não poder mais pedir dinheiro ou pagar empréstimos pela primeira vez em sua história. Com o aumento, o limite da dívida chegará a US$ 28,9 trilhões.
Um default teria consequências enormes nos mercados mundiais, uma vez que eles dependem da segurança financeira dos EUA. Dentro do país, o governo teria dificuldade para pagar beneficiários de programas de seguridade social, veteranos de guerra e militares da ativa.
Porém, o tema deve voltar a preocupar os EUA em dezembro, quando o Congresso terá de rever esse teto. A tendência é que haja ainda mais dificuldade, porque é nesse época em que os parlamentares definem o orçamento. Quando não há consenso, ocorre um “shutdown”, ou seja, paralisação das atividades do governo.
Republicanos advertem sobre gastos em excesso
Mesmo aprovado, o acordo para evitar um calote dividiu republicanos e democratas, e o tema voltará a gerar atritos porque o presidente Joe Biden tem planos de colocar mais investimento público na economia americana para gerar crescimento. Republicanos, do outro lado, criticam o governo, acusando de gerar gastos excessivos.
Em carta enviada a Biden na sexta-feira, o líder da oposição no Senado, Mitch McConnel, avisou o presidente de que os democratas não terão apoio dos republicanos se quiserem aumentar o teto da dívida no Senado.
Fonte: G1