Ailton Sousa, da Redação AJN1
Delegada da Polícia Civil de Sergipe desde 2001, Danielle Garcia é candidata a prefeita de Aracaju pela coligação “Unidos por Aracaju” – Cidadania/PSB/PL/PSDB -, e tem como vice o ex-deputado federal Valadares Filho. Em entrevista à Agência Jornal de Notícias (AJN1) e ao Correio de Sergipe (CS), ela afirmou que sua missão é alinhar a gestão eficiente com a garantia de uma vida digna para a população aracajuana. Danielle Garcia garante que o plano de governo apresentado na campanha são compromissos firmados com a população e, que diferente de outros políticos, irá executá-los. “Assim que assumir, faremos uma revisão dos contratos e uma reforma administrativa para acabar com gastos desnecessários”.
AJN1 – Quem é Danielle Garcia e por que o aracajuano deve elegê-la para governar Aracaju nos próximos quatro anos?
Danielle Garcia – Sou uma mulher que sempre lutou por seus objetivos. Formada em direito pela Universidade Federal de Sergipe e delegada da Polícia Civil de Sergipe, desde 2001. Fui diretora do Departamento de Combate a Crimes contra a Ordem Tributária e à Administração Pública (Deotap/SE), coordenei em Sergipe o Laboratório de Tecnologia no Combate à Lavagem de Dinheiro, fiz parte da equipe de Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça (DRCI/SNJ) e fui instrutora em cursos promovidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vinculada ao Ministério da Justiça. Quero mostrar à população de Sergipe, a começar pelos aracajuanos, que é possível fazer política servindo à sociedade, agindo com coragem, ética e transparência, sem jamais desviar o olhar e o cuidado da população. Estou preparada e tenho coragem para fazer o que for preciso para promover as mudanças que os aracajuanos tanto precisam e que aguardam há anos. Minha missão é alinhar a gestão eficiente com a garantia de uma vida digna para nossa população.
AJN1 – Qual avaliação a Sra. faz dos números da última pesquisa Ibope, em que o atual prefeito aparece com 34% das intenções de voto, a Sra. com 19%?
DG. Vejo de forma positiva, uma vez que estou disputando um mandato político pela primeira vez e estou polarizando a eleição com o atual prefeito. Além disso, estou enfrentando as duas máquinas, a Prefeitura de Aracaju e o Governo do Estado. Agora, também estamos realizando pesquisas internas que mostram o quanto estamos bem e no caminho certo. Temos ainda o termômetro das ruas, onde estamos nos deparando com recepções calorosas da população. Confesso que até me surpreendo com tanto carinho e reconhecimento, uma prova do quanto as pessoas confiam em nosso projeto e vão eleger a Danielle Garcia a primeira mulher prefeita de Aracaju.
AJN1 – Durante a campanha, o eleitor tem se acostumado a ouvir propostas que após a eleição são esquecidas. Se eleita, quais são as suas prioridades para os primeiros meses de mandato? Qual o planejamento para se pôr em prática o que está sendo proposto?
DG – Os candidatos estão acostumados a apresentar promessas. Comigo é diferente. O que apresento em meu plano de governo são compromissos com os aracajuanos. Propostas que assumi e vou tirar do papel cada uma delas. Assim que assumir, faremos uma revisão dos contratos e uma reforma administrativa para acabar com gastos desnecessários. Além disso, três problemas serão prioridade para o início da gestão. Saúde, que está na UTI. Os postos não funcionam, os exames não são realizados. Isso é o que ouvimos da população. Vamos fazer uma reestruturação da Saúde. Em segundo lugar, a Educação, que é uma vergonha. Aracaju é a pior capital do Brasil em educação. Eles estão matando o futuro das nossas crianças. Em terceiro, o desenvolvimento econômico. Precisamos gerar emprego e renda para nossa cidade. As pessoas precisam se profissionalizar e ter emprego. Vamos criar agências de fomento, fundo de aval para o microempreendedor, cursos profissionalizantes para os jovens e uma educação de qualidade para que eles possam ser o que quiserem. São os três eixos principais que termos que trabalhar duro para resolver.
AJN1 – A saúde tem sido um problema grave em todo o país e em Aracaju não é diferente. O que fazer para melhorar a prestação deste serviço à população? Por onde começar?
DG – A pandemia escancarou os problemas que há anos existem na Saúde e em Aracaju isso ficou ainda mais claro. A falta de compromisso com essa área essencial foi reforçada durante a pandemia. A Prefeitura de Aracaju gastou R$ 27 milhões em um Hospital de Campanha sem leitos de UTI. O atual prefeito preferiu jogar a responsabilidade para o Estado. Enquanto isso, assistimos na imprensa e nas redes sociais pacientes com Covid passando horas dentro de uma ambulância aguardando vaga em UTI e, em muitos casos, mandados para o interior. Uma situação desumana. Os problemas são inúmeros, mas eu sei o que fazer para garantir atendimento de qualidade. Precisamos fortalecer a atenção básica; profissionalizar, informatizar e despartidarizar a gestão da saúde. Vamos ampliar o número de Equipes do Programa Saúde da Família para melhor atender a população, inclusive restabelecendo a presença de pediatras em número suficiente na rede. Criar um Centro de Referência para o Atendimento da Mulher e da Primeira Infância. Por meio de convênios com clínicas particulares vamos zerar a fila de exames em 90 dias. Também implantaremos o Centro de Diagnóstico por Imagem para a realização de exames mais complexos, a maior demanda. Na Zona de Expansão, será implantada uma UPA. Essas e outras medidas serão adotadas visando sempre a qualidade dos serviços prestados.
AJN1 – Aracaju tem carência de creches. Como o Sra. pretende resolver este problema? Qual o seu projeto para Educação?
DG – Somos a pior capital do Nordeste no IDEB. Entre as nossas propostas para mudar este quadro está o investimento na capacitação dos professores e gestores de escolas. Vamos implantar um sistema de bonificação que estimule a competição entre as escolas e melhore o desempenho dos alunos. Ofertaremos um ambiente mais acolhedor e atrativo nas escolas. Disciplinas que estimulem o empreendedorismo serão incluídas na grade curricular, ampliaremos o número de bibliotecas, além de implantar de laboratório de makers e de robótica. Também aproximaremos o Esporte e a Cultura da Educação. As unidades de ensino que estão degradadas serão reformadas para proporcionar melhores condições aos alunos e profissionais. Em relação às creches, a quantidade de vagas serão ampliadas gradualmente por meio de PPPs, uma ação imediata, enquanto ocorre o aumento do quantitativo de creches municipais. Propomos um conjunto de medidas que permitam a aquisição permanente de conhecimento e habilidades essenciais para a vida e alinhadas com as inovações temporais.
AJN1 – Na questão do transporte coletivo, usuários reclamam do valor da passagem e da qualidade na prestação do serviço. Como solucionar este problema? A senhora vai fazer a licitação do transporte público?
DG – Com toda certeza. Sei que isso já foi prometido em outras eleições e não foi feito. Volto a perguntar, a quem interessa não fazer a licitação? Mas eu, Danielle Garcia, assumi mais esse compromisso e irei cumprir. Em minha gestão a licitação sairá do papel. E será logo no primeiro ano de gestão. Nosso sistema de transporte público é monopolizado, operado por três grupos, com uma tarifa cara. Em contrapartida, a população conta com serviços de péssima qualidade, ônibus lotados, linhas que não atendem à demanda, paradas sem abrigos. Um total desrespeito aos usuários. Mas nós vamos aprimorar o Sistema Integrado de Transporte, com o fortalecimento das relações metropolitanas, adequação do sistema viário, revisão de trajetos, definição de novas linhas e horários para atendimento de novas áreas de ocupação urbana.
AJN1 – Existe algum projeto voltado para habitação? Como vai funcionar?
DG – O déficit habitacional de Aracaju é incompreensível, levando em conta o tamanho da cidade e sua saúde financeira. São famílias que vivem em habitações completamente insalubres, a exemplo da invasão do Marivan, nas ruas ou dependem do auxílio moradia. Mudar essa realidade significa trazer dignidade para a vida dessas pessoas. Por isso, faremos uma gestão comprometida em garantir o direito à moradia digna e de qualidade, através de programas de construção e reforma de moradias, com oferta de infraestrutura, serviços básicos e de regularização fundiária às famílias que ganham até 3 salários mínimos. Atualizaremos o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social, e a elaboração de Planos Específicos de Urbanização de Assentamentos Precários, na perspectiva de incorporar a população nas demandas e necessidades reais. Também vamos reformular e fortalecer o órgão gestor de habitação, bem como seus instrumentos legais de planejamento e gestão, a exemplo do Conselho Municipal de Habitação e a reativação do Fundo Municipal de Habitação. Iremos construir 5.000 novas casas. Precisamos tirar as pessoas das moradias completamente insalubres.
AJN1 – Com relação ao turismo, como fazer para alavancar esse setor?
DG – A primeira coisa é levar a sério essa área, deixando de usar a pasta para apadrinhamento político. Comigo na Prefeitura de Aracaju isso vai mudar. O Turismo é uma área estratégica para o desenvolvimento econômico, que gera empregos diretos e indiretos. E nossa cidade tem potenciais turísticos, só precisa que o poder público faça a sua parte. Justamente por entender a importância do setor que escolheremos um técnico competente e com novas ideias para fomentar o turismo, que verifique as estruturas, defina, junto com o trade, os investimentos necessários e estabeleça nossos atrativos, divulgando em outros estados para atrair visitantes. Aracaju tem vários potenciais que estão completamente abandonados, a exemplo da nossa Orla de Atalaia. Temos um plano para elevar Aracaju a uma das principais capitais do Nordeste para o turismo, seja ele de lazer e/ou de negócio, gerando emprego e renda.
AJN1 – Eleita prefeita da capital, como se dará a escolha do seu secretariado? O critério será técnico ou político? Qual será a influência dos seus aliados na indicação desses nomes?
DG – O secretariado será técnico, esse será o critério de escolha. O escolhido até pode ser também do meio político, mas só assumirá a pasta se tiver conhecimento técnico da área. Não haverá entrega de nenhuma secretaria com porteira fechada. Alguns cargos comissionados, inclusive, serão selecionados via processo seletivo. Você não verá jamais em nossa gestão um médico na Educação, por exemplo. Não vai ver o Turismo ser assumido por alguém que não entende nada só para agradar um aliado. Inclusive, todos que representam os partidos que integram a nossa coligação assinaram uma carta-compromisso antes de fechar o apoio à nossa candidatura, se comprometendo com uma nova forma de união política, por meio de entendimento programático e de objetivos definidos sobre o que queremos para melhorar a vida da população aracajuana.
AJN1 – Qual foi o critério usado para escolha do seu vice: Apoio político ou capacidade de contribuir com a administração? Qual será o papel dele numa eventual gestão da Sra.? Ele vai ocupar alguma Secretaria?
DG. Valadares Filho tem uma história política limpa e aceitou participar de um projeto de renovação política. É um profundo conhecedor dos problemas de Aracaju e ajudou muito na construção do nosso programa de governo. Não conversamos sobre o papel dele na gestão, muito menos sobre ocupar uma Secretaria. Nosso foco está em resolver os problemas de Aracaju e ajudar aqueles que mais precisam.