Da redação, AJN1
A delegada Danielle Garcia admitiu que foi perseguida pelos governos de Belivaldo Chagas (PSD) e Jackson Barreto (MDB) enquanto estava à frente do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap).
A declaração da delegada, que hoje chefia o Departamento de Narcóticos, foi publicada num vídeo da campanha do candidato ao governo, Valadares Filho (PSB), a quem ela – juntamente com o delegado Alessandro Vieira (Rede), que foi eleito Senador da República com mais de 400 mil votos -, manifesta velado apoio no segundo turno das eleições.
“O sopro de renovação que cruzou o Brasil não chegou em Sergipe. A continuidade do governo Belivaldo e Jackson Barreto é uma tragédia para a maioria dos sergipanos de bem que lutam contra corrupção. Para delegados e delegadas que foram punidos por combater políticos poderosos do estado, é um tapa na cara. Sei que continuarei a ser perseguida se o atual governo continuar. Não importa, prefiro correr esse risco a ficar calada”, afirmou ela.
Os delegados Danielle Garcia e Gabriel Nogueira Júnior foram exonerados do Deotap em outubro do ano passado. À época, a Secretaria de Segurança Pública disse que a mudança no Departamento era um procedimento comum. Mas não é bem isso que os fatos comprovam.
“Indenizar-se”
Na época, ela estava investigando diversos casos de corrupção no setor público, a exemplo da operação “Indenizar-se”, deflagrada no último dia 31 de março de 2017, pelo Deotap e Ministério Público Estadual, e que investiga supostos desvios de verbas indenizatórias na Câmara de Vereadores da capital, envolvendo 15 parlamentares e três empresários.
Ela chegou a informar de forma veemente que existiam, sim, contratos fictícios de locação de veículos e assessoria jurídica por parte de 15 vereadores que, no final das contas, supostamente reembolsavam o dinheiro.
Subvenções
No comando do Deotap, Danielle também incomodou com as investigações referentes às verbas de subvenções da Assembleia Legislativa. Em 2014, 23 deputados estaduais da legislatura de 2011/2015 foram acusados de irregularidades no repasse e na aplicação de verbas.