ARACAJU/SE, 25 de outubro de 2024 , 13:30:29

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Deputado federal Carlos Jordy, alvo de busca e apreensão em operação, tem sigilo telemático quebrado e depõe à PF

 

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (18) após ter sido alvo de busca e apreensão, expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Lesa Pátria. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável à medida de busca e apreensão contra o líder da oposição na Câmara.

O ministro do Supremo Alexandre de Moraes autorizou a quebra de sigilo telemático de Jordy. Na decisão, Moraes permite que investigadores acessem mensagens no celular do parlamentar, computador, mídias e aparelhos telefônicos apreendidos, além de e-mail e contas das redes sociais, aplicativos e serviços de mensagens, para fins de análise e perícia.

Mais cedo, agentes da PF estiveram no gabinete do parlamentar na Câmara e em sua residência, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Em Brasília, os policiais apreenderam um laptop e documentos.

Diálogo com integrante de atos antidemocráticos embasou operação contra deputado

Mensagens trocadas entre o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) e uma liderança de atos golpistas levaram a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) a ver indícios de que o congressista agia na organização e em planejamentos das manifestações no Rio de Janeiro.

Os investigadores ainda viram elementos de que Jordy tinha o “poder de ordenar as movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”.

Um diálogo foi travado por Jordy com Carlos Victor de Carvalho, apontado como liderança de extrema-direita de Campos dos Goytacazes (RJ) e organizador dos protestos, em 1º de novembro de 2022.

Na mensagem, Carlos Victor chama Jordy de “meu líder”, e pede orientação sobre “parar tudo”.

A PF ressaltou que no dia da conversa já ocorriam pelo país bloqueios de rodovias em protesto à vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL). O segundo turno do pleito havia ocorrido dois dias antes da data da conversa, em 30 de outubro.

Foram encontrados na conversa entre os dois contatos 627 registros, incluindo mensagens de texto, áudios, anexos e ligações pelo WhatsApp. “A maior parte dos registros de WhatsApp encontrados é de datas anteriores ao pleito de 2022, com maioria de agosto a outubro de 2022, totalizando 524 dos 627 registros”.

Segundo os investigadores, de novembro de 2022 a janeiro de 2023 foram encontrados 22 registros.

Carlos Jordy rebate acusações

O deputado Carlos Jordy usou as redes sociais para se defender sobre ação da PF, dizendo que está sendo perseguido.

“Eles estavam buscando arma, celular, tablet e pegaram. Eu falei onde estava a minha arma, pegaram meu celular, tentaram buscar outras coisas que pudessem me incriminar, mas não encontraram nada”, disse.

O deputado disse que jamais incitou ou estimulou as pessoas a participarem dos atos do dia 8 de janeiro.

“Isso é a verdadeira constatação de que nós estamos vivendo uma ditadura. Em momento algum, sobre o 8 de janeiro, eu incitei ou falei para as pessoas que aquilo ali era correto”.

“Pelo contrário, em momento algum eu estive nos quartéis generais quando estava acontecendo todos aqueles acampamentos. Nunca apoiei nenhum tipo de ato tanto anterior ou depois no 8 de janeiro”, falou.

Jordy também classificou a ação como uma “piada”. “O que estão fazendo é óbvio, têm o intuito de perseguir seus adversários. Também estão mirando aí as eleições municipais, já que eu sou pré-candidato a prefeito de Niterói, e é óbvio que tem um viés totalitário, intimidatório, não tem respaldo legal”, opinou.

Fonte: CNN Brasil

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