A ADB Sindical (Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros) votou, nessa segunda-feira (12), de forma favorável a um indicativo de greve da categoria. Caso aprovada, a mobilização será o primeiro estado de greve da história desses funcionários do Itamaraty.
Segundo o sindicato, a possibilidade de mobilização foi aprovada por 95% dos votantes e pode se dar por causa da insatisfação dos diplomatas com a contraproposta de readequação salarial do Ministério da Gestão e Inovação (MGI). O órgão propôs o reajuste variável de 7,8% para a classe de TS (Terceiros Secretários) e 23% para os MPC (Embaixadores, Ministros de Primeira Classe), escalonados de 2025 a 2026.
A categoria, no entanto, rejeitou a proposta do governo do Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que o reajuste seria “insuficiente para recompor as perdas inflacionárias do período recente”. Os funcionários apresentaram inicialmente pedido de ajuste linear de 36,9%.
De acordo com sindicato, a possível greve histórica é resultado da insatisfação da categoria com a “falta de valorização e reconhecimento da importância da carreira diplomática, em um momento em que o Brasil retoma suas ambições na política externa”.
Segundo a ADB, os servidores do Itamaraty costumam demorar 30 anos para chegar ao teto salarial, algo alcançado em até dez anos por outras carreiras públicas. Diante disso, segundo a categoria, as novas gerações não teriam “perspectiva de desenvolvimento profissional na carreira”.
“Com o aumento da idade de aposentadoria para 75 anos e uma estrutura engessada com vagas limitadas por classe, número significativo de diplomatas fica estagnado nas classes iniciais ou intermediárias da carreira […] A maior parte dos diplomatas (Terceiro Secretário, Segundo Secretário e Primeiro Secretário) ficaria com um reajuste abaixo de 16%, o que seria insuficiente para recompor as perdas inflacionárias do período recente”, disse, em nota.
O salário inicial do diplomata brasileiro varia de R$ 20.926,98 (valor bruto) a R$ 29.832,94 (valor bruto), a depender do cargo operado pelo servidor. Eis os valores, segundo a tabela de remuneração do governo federal publicada em maio de 2023:
– Ministro de Primeira Classe – R$ 29.832,94;
– Ministro de Segunda Classe – R$ 28.688,03;
– Conselheiro – R$ 26.705,48;
– Primeiro Secretário – R$ 24.854,87;
– Segundo Secretário – R$ 23.137,20;
– Terceiro Secretário – R$ 20.926,98.
Fonte: Poder360