ARACAJU/SE, 27 de outubro de 2024 , 22:27:38

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Eduardo Pimentel (PSD) é eleito prefeito de Curitiba

 

Eduardo Pimentel (PSD) conquistou a maioria dos votos no segundo turno das eleições em Curitiba (PR) e foi eleito prefeito neste domingo (27). O atual vice-prefeito disputava a vaga com a jornalista Cristina Graeml (PMB).

O resultado se desenhou já com 92,24% das urnas apuradas, por volta das 18h08. Pimentel teve 57,31% dos votos válidos, enquanto Cristina levou 42,69%.

A disputa acirrada entre eles já era esperada. Na véspera do 2º turno, a pesquisa Quaest trouxe o candidato do PSD com 55% dos votos válidos entre os eleitores curitibanos, contra 45% da comunicadora do PMB.

Veja o desempenho dos candidatos:

Eduardo Pimentel (PSD) – 57,31%

Cristina Graeml (PMB) – 42,69%

Consolidação da centro-direita e disputa por apoio de Bolsonaro

A vitória de Pimentel reforça a consolidação da centro-direita no poder da cidade. Desde 2017, essa é a vertente que impera no município, quando Rafael Greca (DEM) venceu nas urnas pela segunda vez, já que havia sido prefeito entre 1993 e 1996. Com Pimentel como vice, o político conseguiu se reeleger em 2020.

Antes disso, desde 1988, a cidade era liderada por candidatos de partidos centro-esquerda.

O PDT teve prefeitos eleitos por 12 anos (1988 a 2000) – Roberto Requião, Jaime Lerner, Rafael Greca e Cássio Taniguichi. Depois foi a vez de o PSDB governar, com Beto Richa, eleito em 2004, sendo reeleito em 2008.

Ele renunciou em 2010 para concorrer ao cargo de governador do estado e venceu. Em seu lugar, entrou seu vice, Luciano Ducci (PSB), que voltou a disputar o cargo agora em 2024. Depois dele, foi a vez de Gustavo Fruet (PSD), eleito em 2012 e reeleito em 2016.

Rafael Greca foi eleito em 2017, pelo Democratas, partido considerado centro-direita, e reeleito em 2020, dando fim à hegemonia de partidos centro-esquerda.

Disputa pela imagem de Bolsonaro

Nesta eleição, tanto Eduardo Pimentel (PSD) como Cristina Graeml (PMB) disputaram pelo apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em busca de votos dos eleitores bolsonaristas da capital paranaense.

Ainda no primeiro turno, o atual vice-prefeito conseguiu o apoio oficial do ex-mandatário e de Deltan Dallagnol, ex-deputado federal e ex-procurador da Lava-Jato, além do governador do Paraná, Ratinho Junior. Sua coligação é composta por Novo, PL, MDB, Republicanos, Podemos, Avante e PRTB. Já o partido de Cristina Graeml (PMB) não tinha coligações no Executivo.

Pimentel disputou os votos bolsonaristas com a apresentadora, que também recorreu à imagem de Bolsonaro durante a campanha. Mesmo que com um apoio informal, Cristina conseguiu a autorização para publicar uma foto com o ex-presidente ainda antes do primeiro turno.

Em outro momento, Bolsonaro chegou a gravar um vídeo desejando “boa sorte” para Cristina. A candidata também é alinhada às pautas da direita, já que se uniu ao movimento criado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que cobra um posicionamento dos senadores do PSD sobre o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e defende a anistia dos presos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. Ela ainda prega pelo fim da ideologia de gênero nas escolas, outra pauta de interesse da extrema-direita.

Racha bolsonarista

A disputa entre Pimentel e Cristina também causou uma “racha” entre os bolsonaristas, já que Carlos Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro e vereador pelo PL, criticou o vice-prefeito. Ele replicou o vídeo do debate em seu perfil no X, em que o candidato apoiado pelo seu pai diz que “não são os apoiadores” que valem na disputa pela prefeitura, mas “o que se pensa”.

O filho 02 de Bolsonaro afirmou que “a boca fala o que o coração está cheio”, mas o vice de Pimentel, Paulo Eduardo Martins (PL), o defendeu: “Ele também manifestou respeito por Jair Bolsonaro e afirmou que o apoiou em 2022”.

Já Flávio Bolsonaro, outro filho do ex-presidente e senador pelo PL, disse em entrevista ao Metrópoles que seu pai não se posicionará oficialmente sobre quem irá apoiar no segundo turno, porque “Cristina Graeml é um baita de um quadro” e é “uma pessoa realmente de direita”, e deixou na mão dos eleitores. “Ali, é uma situação difícil para o ex-presidente se posicionar e eu acho que o eleitor terá que ficar com sinais que vão ser dados pelo Bolsonaro”, declarou.

Virada às vésperas do primeiro turno

O candidato do PSD esteve à frente das pesquisas desde o início da corrida eleitoral. Mas o segundo colocado surpreendeu no primeiro turno. Ainda que Luciano Ducci (PSB), candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio da Silva, aparecesse na vice-liderança das pesquisas, Cristina Graeml conseguiu a virada às vésperas das eleições.

No comparativo de levantamentos feitos pela Quaest entre 27 de agosto e 17 de setembro, o atual vice-prefeito cresceu expressivamente, saindo de 19% das intenções de voto para 36%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. Já Ducci oscilou negativamente dentro da margem de 18% para 15%. Já Cristina Graeml aparecia com 5% em ambas as datas.

Mas, a pesquisa divulgada na véspera do primeiro turno já apontava uma possível reviravolta. Em 5 de outubro, a Quaest mostrava Eduardo Pimentel com 30% dos votos válidos, Cristina Graeml, 26%, e Luciano Ducci, 23%, com margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Resultado que se consolidou nas urnas. A apresentadora passou para o segundo turno com o apoio de 31,2% do eleitorado, contra 33,5% de Pimentel. Ducci, por sua vez, alcançou apenas 19,44% dos votos válidos.

Fonte: Terra

 

 

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