Durante reunião com a equipe ministerial na Granja do Torto, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que 2026 será “o ano da verdade”.
A declaração foi feita em meio ao planejamento do governo para o ano eleitoral, que deve levar à saída de pelo menos 22 dos 39 ministros da Esplanada. O número equivale a 56% do primeiro escalão e supera a desmobilização ocorrida nos ciclos eleitorais anteriores.
“Aquele que tiver que se afastar, que se afaste, e, por favor, ganhe o cargo que vai disputar. Não perca”, disse Lula, em tom de cobrança. O presidente tentará seu quarto mandato no Palácio do Planalto e busca alinhar o projeto eleitoral à atuação do Executivo.
A desincompatibilização, exigida por lei para integrantes do governo que desejam concorrer nas eleições, deve ocorrer até abril, seis meses antes do primeiro turno. O percentual de baixas já estimado supera o de 2022, quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) liberou 43% de seus ministros (10 de 23). Naquele momento, o índice foi considerado o mais alto em quase 25 anos. Em 2018, Michel Temer (MDB) liberou 12 ministros (41%). Já em 2014, Dilma Rousseff (PT) teve a saída de 10 auxiliares (26%).
Entre os nomes cotados para deixar os cargos estão figuras centrais do governo. A presidente do PT e ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, deve disputar vaga na Câmara dos Deputados pelo Paraná. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é pressionado pelo partido para disputar o governo de São Paulo ou o Senado. Ele já indicou que pretende sair do cargo, com possível saída marcada para fevereiro. Também é aguardado o afastamento de Rui Costa (Casa Civil), nome natural para concorrer ao Senado pela Bahia.
Vice-presidente da República e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB) é citado como possível candidato ao Governo de São Paulo, embora tenha demonstrado interesse em permanecer na linha sucessória.
Outros ministros com pretensões eleitorais incluem Simone Tebet (Orçamento), que pode concorrer ao Senado pelo MDB, seja por Mato Grosso do Sul ou por São Paulo.
Fonte: Conexão Política
