ARACAJU/SE, 24 de novembro de 2024 , 0:04:55

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Eleições do Parlamento Europeu: mais de 350 milhões vão às urnas nesta quinta

 

Eleitores dos países da União Europeia votarão, a partir desta quinta-feira (6) e até domingo (9), nas eleições para o Parlamento Europeu. A tendência é que partidos de extrema direita ganhem mais espaço.

O Parlamento Europeu é o órgão que aprova ou rejeita a legislação da União Europeia e toma decisões sobre o orçamento do bloco. Também supervisiona a Comissão Europeia, o órgão executivo —a quem cabe formular as leis.

As votações ocorrem em cada um dos 27 países do bloco; cada nação elege os respectivos eurodeputados: a Alemanha é quem tem mais cadeiras, 96; Malta e Luxemburgo são os menores, com seis. Serão 720 eurodeputados no Parlamento.

Desde as últimas eleições, em 2019, políticos populistas e de extrema direita conseguiram chegar à liderança de países e são parte de governos de coalizão de outras nações europeias. Agora, isso deverá ser refletido também no Parlamento Europeu —ao menos, é o que as pesquisas indicam.

Para Maria Demertzis, analista do grupo de estudos Bruegel, da Bélgica, o esperado nessa votação é que sejam eleitos mais parlamentares de extrema direita; a questão é saber qual será a dimensão da vitória desses partidos.

“Os números (de assentos que esses partidos conquistarem) importam porque um dos possíveis resultados (da eleição) é que a extrema direita se torne o segundo grupo mais forte no parlamento”, afirmou à agência de notícias Associated Press.

A extrema direita tem 118 das 705 cadeiras do Parlamento Europeu, divididos em duas coligações.

Pesquisa do site Politico divulgada nesta quarta (5) projeta que os dois blocos possam chegar a 144 eurodeputados – o que tornaria a extrema direita a segunda maior força do Parlamento, atrás apenas do Partido Popular Europeu (EPP, na sigla em inglês), partido democrata cristão.

Segunda maior eleição do mundo

A eleição para o Parlamento Europeu é a segunda maior votação do mundo, atrás das eleições gerais da Índia. Veja abaixo alguns destaques:

  • Há cerca de 450 milhões de pessoas que moram nos países da União Europeia.
  • Em apenas quatro dos 27 países o voto é obrigatório: Bélgica, Bulgária, Luxemburgo e Grécia. Nos demais, é facultativo.
  • Serão eleitos 720 membros do Parlamento Europeu.
  • Há locais de votação desde o Círculo Ártico até as fronteiras com a África e a Ásia. Há votação, por exemplo, no consulado de Portugal em São Paulo.

Durante muito tempo, o Parlamento Europeu foi ocupado por dois tipos de políticos: veteranos em seus países e pessoas que estavam em início de carreira.

Isso começou a mudar com as responsabilidades que a União Europeia começou a acumular, como decidir as regras bancárias e de agricultura dos países do bloco, além do orçamento da União Europeia.

Os eleitores também passaram a se interessar mais: em 2019, presença foi de 50,66% considerada um sucesso. Neste ano, espera-se que mais de 60% das pessoas votem.

Von der Leyen tentará se manter no poder

A atual presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, que faz campanha para se manter no cargo, é do Partido Popular Europeu (EPP), o maior partido do Parlamento.

Para isso, von der Leyen vai precisar de 361 dos 720 votos de parlamentares da Comissão.

Na atual legislatura o EPP lidera uma coligação heterogênea, com grupos socialistas, partidos de políticos liberais na economia e também ambientalistas.

Essa situação deve mudar, pois os liberais na economia e os ambientalistas podem perder assentos.

A atual líder pode ter que negociar um acordo com o partido da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, considerada extremista pelos aliados atuais de Von der Leyen.

Extrema direita forte, mas rachada

Os partidos de extrema direita têm divergências importantes entre eles. Por exemplo, quando o tema é guerra da Rússia contra a Ucrânia, Meloni está alinhada com países como Alemanha e França, mas Viktor Orbán, da Hungria, não.

Os partidos de extrema direita estão rachados em duas coligações no Parlamento Europeu:

  • O grupo Identidade e Democracia (o principal partido é o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, da França, que tem planos para se tornar líder da França em 2027).
  • O grupo Europeus Conservadores e Reformistas (o partido Irmãos da Itália, de Giorgia Meloni).

No mês passado, o Identidade e Democracia expulsou o AfD, da Alemanha, porque o principal candidato do partido afirmou que nem todos os membros das tropas SS da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial eram criminosos de guerra.

Para Roberto D’Alimonte, analista político da universidade Luiss, da Itália, o AfD é “uma praga em que ninguém quer encostar”.

Órgãos da União Europeia

A União Europeia é formada por 27 países. Trata-se de um mercado único que faz acordos comerciais em bloco.

No total, os países do bloco têm 448,4 milhões de moradores em um território de 4 milhões de km² .

Entenda abaixo quais são os principais órgãos da União Europeia e veja dados sobre o bloco.

Comissão Europeia

Funciona como o poder Executivo da União Europeia. É o órgão que propõe a legislação do bloco, que é então votada pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia.

Parlamento Europeu

Eleito diretamente pelo voto dos eleitores, trata-se do órgão que decide aprovar ou reprovar a legislação da União Europeia e toma decisões sobre o orçamento do bloco. Além disso, os parlamentares também supervisionam o trabalho da Comissão Europeia.

Conselho da União Europeia

É um conselho de pessoas indicadas pelos governos que formam o bloco da União Europeia.

Presidente da Comissão Europeia

O presidente da Comissão Europeia é indicado pelo Conselho da União Europeia, mas o nome precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu por maioria absoluta para ser nomeado.

Outros órgãos

  • A Corte de Justiça da União Europeia.
  • O Banco Central Europeu.
  • A Corte Europeia de Auditores.

Fonte: G1

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