Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, afirmou, nesta terça-feira (1º), que é uma “falácia” a suposta interação dele com extremistas dentro do Palácio do Planalto durante os atos de vandalismo do 8 de janeiro.
A declaração foi feita durante o depoimento do ex-ministro à Comissão Parlamentar de Inquérito que apura as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a CPI do MST. Dias foi convocado como testemunha, para prestar esclarecimentos sobre as ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no monitoramento de invasões de terra ocorridas durante a gestão dele como ministro.
Ao prestar depoimento aos parlamentares, o ex-chefe do GSI foi questionado se as cenas em que ele aparece supostamente em interação com extremistas durante os atos de vandalismo prejudicaram a imagem dele. O ex-ministro respondeu: “Isso é uma narrativa e uma falácia. Não é objeto dessa investigação e está sendo apurado em fórum adequado”.
Câmeras de segurança do Palácio do Planalto registraram Dias falando com os invasores que depredaram o local. Nas cenas, é possível ver o ex-ministro oferecer água mineral aos extremistas.
Gonçalves Dias chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe concedesse o direito de não comparecer à CPI, mas a Corte negou o pedido e autorizou que ele ficasse em silêncio para não se incriminar.
A CPI do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) se reuniu, nesta terça (1°), pela primeira vez após o recesso dos parlamentares. O objetivo da oposição no colegiado é investigar os financiadores do movimento, que, junto a outros grupos ligados à questão agrária, promoveu cerca de 60 invasões em 2023, segundo um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“Precisamos cobrar responsabilidade de Gonçalves Dias”, diz relatora da CPMI do 8/1
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou, nesta terça-feira (1º), que o ex-ministro Gonçalves Dias deve ser responsabilizado caso fique provado que ele recebeu informações sobre o risco de invasão dos prédios públicos. Dias era o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia dos atentados, e, segundo o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha, recebeu cerca de 33 alertas de inteligência na semana que antecedeu os ataques às sedes dos Três Poderes.
“Precisamos cobrar responsabilidade do Gonçalves Dias, se ele foi informado e se pediu a retirada do nome dele desses documentos. A comissão vai ouvi-lo, e, se tiver que fazer acareação, vamos fazer”, afirmou Eliziane.
Saulo Cunha foi ouvido na CPMI, nesta terça-feira. Mais cedo, ele informou que foram emitidos 33 alertas de inteligência entre 2 e 8 de janeiro, com informações sobre o risco de invasão dos prédios públicos na Esplanada. Ele também disse que Gonçalves Dias determinou a remoção do nome dele de uma planilha que registra os alertas enviados pela agência nos dias anteriores aos ataques terroristas do 8 de Janeiro.
Fonte: R7