O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso no Paraguai, nesta sexta-feira (26). Ele tentava embarcar no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, com passaporte falso. O avião de Silvinei passaria pelo Panamá e o destino final seria El Salvador.
Silvinei, condenado a 24 anos e 6 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por integrar a trama golpista, teria rompido a tornozeleira eletrônica e tentado deixar o Brasil pelo Paraguai. Como o aparelho de monitoramento foi danificado, as autoridades brasileiras lançaram alguns alertas. Quando Silvinei chegou ao território paraguaio, a polícia local o prendeu.
Informações preliminares indicam que ele tentou alterar a foto de um passaporte para passar pela imigração. No entanto, a adidância da PF brasileira já havia avisado a polícia local. A prisão ocorreu na madrugada desta sexta-feira. Há dois voos que vão do Paraguai ao Panamá: um saiu à 1h44 e outro, às 6h42.
Segundo fontes da diplomacia brasileira, as autoridades locais estão em contato com a adidância da Polícia Federal a fim de obter “a expulsão sumária” de Silvinei do país. A princípio, ele deverá ser entregue às autoridades policiais brasileiras na Tríplice Fronteira.
Tornozeleira rompida e documentos falsos: o plano de fuga de Silvinei
Preso nesta sexta-feira (26), no Paraguai, ao tentar fugir do Brasil, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques teria rompido a tornozeleira eletrônica, utilizado um passaporte falso e tentado fugir do país com destino a El Salvador, passando pelo Paraguai. As informações constam de apurações conduzidas por investigadores responsáveis pelo caso.
De acordo com as autoridades brasileiras, Silvinei rompeu o equipamento de monitoramento eletrônico, violando diretamente as medidas cautelares impostas pela Justiça. Na decisão em que decretou a prisão preventiva de Silvinei nesta sexta, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), informou que a tornozeleira perdeu sinal na madrugada de Natal (25), por volta das 3h. Depois, por volta das 13h, ficou totalmente sem conexão.
Silvinei teria deixado o Brasil por via terrestre rumo ao Paraguai, evitando aeroportos e controles migratórios mais rigorosos. Depois, com documentos falsos, tentou embarcar para o Panamá, de onde seguiria para El Salvador, mas foi preso pela polícia migratória local antes de conseguir fugir.
O ex-chefe da PRF tinha documentos paraguaios falsificados. Neles, o nome usado por Silvinei era Julio Eduardo Baez Fernandez.
Núcleo 2 da trama golpista
Silvinei Vasques foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento do núcleo 2 da trama golpista. Ele e mais quatro aliados teriam sido responsáveis pela elaboração da “minuta do golpe”, pelo monitoramento e pelo plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de articulação dentro da PRF para dificultar o voto de eleitores da Região Nordeste nas eleições de 2022.
Veja os condenados do núcleo 2:
– Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF): 24 anos e 6 meses de prisão;
– Mário Fernandes, general da reserva do Exército: 26 anos e 6 meses de prisão;
– Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro: 21 anos de prisão;
– Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro: 21 anos de prisão;
– Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça: 8 anos e 6 meses de prisão.
O delegado de carreira da Polícia Federal (PF) e ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça Fernando de Sousa Oliveira foi absolvido por falta de provas.
O ex-chefe da PRF morava em Santa Catarina, onde cumpria medidas restritivas desde agosto do ano passado. Ele seguia com o uso de tornozeleira eletrônica e estava proibido de deixar o país. No entanto, nesta sexta-feira (26), tentou fugir pelo Paraguai, com destino a El Salvador.
O STF julgou e condenou Silvinei Vasques em 16 de dezembro. Ainda não há trânsito em julgado da decisão. A defesa ainda está em prazo de recurso com os embargos infringentes. Silvinei foi condenado a 24 anos e 6 meses de prisão, sendo 22 anos de reclusão e 2 anos e seis meses em detenção, além de 120 dias-multa.
Fonte: Metrópoles





