Da redação, AJN1
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de Sergipe (MPE), informou nesta terça-feira (5) que os ex-diretores do Hospital de Cirurgia (HC), Gilberto Santos e Milton Souza de Santana, teriam deixado de repassar R$3,3 milhões ao Município de Aracaju, referentes ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). O crime de peculato, segundo a investigação, teria ocorrido entre janeiro de 2015 e dezembro de 2017. A denúncia do Gaeco é mais um desdobramento da Operação Metástase, deflagrada em julho do ano passado.
Conforme o Gaeco, os diretores foram denunciados por atividades ilícitas e desvio de verbas. Segundo as investigações, entre 2015 e 2017, Gilberto teria adquirido um imóvel chamado de “Sítio São Francisco”, no município de São Cristóvão, no valor de R$3,4 milhões, a preço superior de mercado, sem autorização do Conselho Deliberativo do Hospital. À época, eles foram denunciados pelo crime de peculato e por suspeita de apropriação.
A AJN1 não conseguiu contato com a assessoria jurídica de Gilberto e Milton. Tão logo consiga, o texto será acrescido.
Operação em três fases
A operação ‘Metástase’ foi deflagrada em 2018 e investiga crimes contra a Administração Pública, Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa. Na primeira fase da operação, que aconteceu em julho, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos municípios de Aracaju e Nossa Senhora das Dores, deferidos pela 2ª Vara Criminal de Aracaju. Além da sede do Hospital de Cirurgia, e mais dez endereços empresariais e residenciais.
A segunda fase aconteceu em dezembro de 2018. Na ocasião, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e empresariais e em imóveis de ex-gestores da Fundação Beneficência Hospital de Cirurgia, dos sócios e do contador de empresas investigadas.
Já a terceira fase ocorreu em setembro deste ano, com o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão. A ação aconteceu em Aracaju e Nossa Senhora das Dores – no centro e zona rural.
Segundo o Gaeco, por meio de levantamentos de dados e de campo, o ex-gestor do Hospital de Cirurgia, dr. Gilberto Santos utilizou-se de duas construtoras, registradas em nome de “laranjas” – sócios residentes no município de Nossa Senhora das Dores – com a finalidade de desvio de verba pública da saúde e utilizadas na compra de bens e enriquecimento ilícito do gestor à época.