A Justiça dos Estados Unidos deverá decidir sobre o caso Allan dos Santos mesmo se o Departamento de Justiça norte-americano (o equivalente ao Ministério da Justiça brasileiro) decidir pela extradição do blogueiro bolsonarista, segundo apurou o Poder360.
Nos EUA, o trâmite de extradição, contudo, não exige que seja protocolado em tribunais superiores –como no Brasil. Por isso, o caso pode ser decidido por instâncias inferiores do Poder Judiciário do país. Neste ano, já sob Ricardo Lewandowski, autoridades brasileiras e norte-americanas se reuniram no Palácio da Justiça, em Brasília, para tratar sobre o caso Allan.
Nessa reunião, as autoridades norte-americanas comunicaram que seguiriam parcialmente com o pedido de extradição.
Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos que tramitam no STF. Um trata da divulgação de notícias falsas e outro sobre suposto apoio em atos contra às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Em 21 de outubro de 2021, o ministro Alexandre de Moraes decretou prisão preventiva do blogueiro por atuação em organização criminosa, crimes contra honra e incitação a crimes, preconceito e lavagem de dinheiro. Os crimes estão incluídos no Tratado de Extradição firmado entre EUA e Brasil e dependem de análise do governo norte-americano.
O Poder360 apurou que integrantes do governo dos EUA solicitaram mais informações sobre os crimes que Allan é investigado. Em documento ao Ministério da Justiça, as autoridades norte-americanas dizem “compreender” a importância do tema e se comprometem em analisar com celeridade depois do envio dos materiais.
Lewandowski encaminhou o pedido dos EUA para o STF (Supremo Tribunal Federal) e aguarda, até o momento, o compartilhamento dos materiais. O gabinete de Alexandre de Moraes trabalha para juntar todas as informações para evitar interpretações divergentes para as autoridades norte-americanas.
O Ministério da Justiça tenta acelerar o processo de extradição de Allan antes das eleições dos EUA, em 5 de novembro. Integrantes do órgão ouvidos por este jornal digital avaliam que processo se tornará difícil, caso Donald Trump vença as eleições presidenciais.
Fonte: Poder360