ARACAJU/SE, 26 de outubro de 2024 , 9:23:32

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Ezequiel chama Silvany de “vagabunda” e diz que vai processá-la

Da redação, Joangelo Custódio

 

O ex-prefeito de Capela, Ezequiel Leite (PSC), anunciou ontem (3), que vai mover uma ação judicial contra a recém-empossada prefeita da cidade, Silvany Sukita (PTN), após tê-lo acusado de ser o mandante do ato de vandalismo em salas da sede da Prefeitura, descoberto no primeiro dia útil do ano.

 

A AJN1 conversou com Ezequiel por telefone nessa terça-feira. Mostrando-se emputecido e sem papas na língua, ele classificou a tentativa de associar seu nome à depredação do patrimônio público de “manobra de uma oposição liderada por uma prefeita burra”. Ezequiel também acredita que Silvany forjou a situação para decretar estado de emergência.

 

“Eu classifico essa acusação como uma oposição burra, porque Silvany é burra. Já começa no primeiro dia de sua gestão acusando a mim de uma coisa que não fiz. Ela quer decretar estado de emergência no município. Eu já participei isso ao presidente do Tribunal de Contas, Clóvis Barbosa, e ele disse que a transição foi feita tudo dentro da normalidade e não vai permitir ela decretar estado de emergência, porque Capela não tem necessidade”, disse o ex-prefeito, exalando perplexidade.

 

Vagabunda

 

Exaltado, Ezequiel continuou a se defender e disse que está preparado para enfrentar Silvany na Justiça, onde ela, segundo ele, contabiliza mais de 200 processos. Ainda em meio a saraivada de críticas ácidas, Ezequiel deixou escapar um comentário deselegante, ao chamar a prefeita, por duas vezes, de “vagabunda”.

 

“Estamos preparados para enfrentar essa vagabunda, pode publicar no jornal assim como eu disse — interveio ele na entrevista —, porque ela deveria era cuidar da cidade e não ficar me acusando de uma coisa que não fiz. Invente outra coisa de mim, isso não. Eu saio da Prefeitura de cabeça erguida e sou incapaz de fazer um negócio desse. Essa vagabunda desorganiza as salas e quer botar a culpa na oposição. Nós somos inimigos políticos e ela quer encontrar um motivo para decretar emergência.” 

 

Contas em dia

 

Ezequiel ainda fez questão de reafirmar que saiu da Prefeitura com as contas em dia. De acordo com ele, foi pago a todos os funcionários o décimo terceiro e férias, tanto aos efetivos quanto aos comissionados e contratados, além de dinheiro em caixa.

 

“Nós deixamos em caixa, para fazer obra, R$42 milhões. Nós deixamos o dinheiro da repatriação, que somado ao dinheiro que já estava na conta, somam mais de R$2 milhões. Pagamos também a todos os fornecedores, aqueles que prestavam algum serviço, todos receberam no final da nossa gestão. Nós entregamos a frota da Prefeitura com 66 veículos, entre tratores, ambulâncias, carros pequenos, ônibus, caminhões, caçambas. Ela não tinha o que reclamar da nossa gestão, diferentemente de 2012, quando nós pegamos as finanças em frangalhos, dívida de R$85 milhões, a frota de veículos sem pneu e motor, mostrei tudo isso em praça pública no meu primeiro dia de trabalho. A própria Silvany e o Sukita sacaram R$1 milhão no Banese no último dia útil de sua gestão, motivo pelo qual eles estiveram presos em penitenciária de alta periculosidade”, lembrou o ex-gestor.
Chave da Prefeitura

 

Ainda segundo Ezequiel, a chave da prefeitura foi entregue no último sábado, 31, à equipe da nova gestão. “Eles ficaram domingo com a chave. Teve uma pessoa lá, denominada de “Conde”, que entrou lá e não sei o que ele fez. Eles foram muito espertos. Aí eles desorganizaram todo o arquivo. Eu não tinha motivo nenhum para fazer isso. O motivo maior seria se eu não tivesse deixado o dinheiro na conta, se eu não tivesse deixado a cidade funcionando, como manda a lei. Mas Silvany precisa de um motivo para decretar situação de emergência, para não ter obrigação de fazer licitação”.

 

Acusação mantida

 

Silvany Sukita reafirmou que, ao chegar na sede da Prefeitura, por volta das 8h do dia 2, recebeu da ex-secretária da Administração, funcionária de carreira, Maria do Carmo, todas as chaves das secretarias do prédio. Ao chegar no gabinete do prefeito, deparou-se com documentos no chão e sem condições de leitura do conteúdo, além dos computadores danificados.

 

“Até o sistema de internet e de energia foram cortados. Foi triste ver a realidade. Enquanto os órgãos de controle estavam em funcionamento, a parte de decretos e leis foram entregues à equipe de transição. Quando partimos, de fato, para a transição, isto é, a continuação dos serviços públicos, aí não houve mais diálogos. Fecharam até a porta nas nossas caras”, afirmou.

 

Perícia

 

Na manhã de terça-feira, o delegado de Polícia Civil, Ataíde Alves, da cidade de Carmópolis, iniciou as investigações na tentativa de desvendar os autores do ato de vandalismo registrado na Prefeitura. Uma perícia foi realizada no local e impressões digitais foram coletadas. Alguns funcionários também serão ouvidos. O laudo deve sair em 15 dias.

 

Serviço suspenso

 

A Prefeitura de Capela, por meio da Secretaria Municipal de Transportes (SMT), comunicou ontem a suspensão provisória do serviço de translado de estudantes universitários e de cursos técnicos para a capital sergipana. A medida atende a necessidade de vistoria nos respectivos veículos, mediante problemas mecânicos encontrados na frota, a partir do dia 2 de janeiro.

 

Segundo a nota, a SMT diz que “por motivo de encerramento de contrato entre a locadora de veículos e a administração anterior, a gestão atual, ainda sem acesso à documentação necessária para iniciar novo processo licitatório, busca diuturnamente encontrar as alternativas legais para regularizar a situação e contribuir com o enriquecimento educacional e cultural dos jovens moradores de Capela”.

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