ARACAJU/SE, 2 de novembro de 2024 , 3:21:54

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Febraban expõe Paulo Skaf e empareda Pedro Guimarães

 

É corajosa a nota divulgada há pouco pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), reafirmando o conteúdo do manifesto intitulado ‘A Praça é dos Três Poderes’. Coordenado pela Fiesp e subscrito por 200 entidades representantes do setor produtivo, o manifesto nunca foi um ataque ao governo de Jair Bolsonaro, mas um alerta aos Três Poderes.

Um alerta inédito e fortíssimo, um murro na mesa para aqueles que parecem brincar com a democracia.

“Quando um presidente da República convoca a militância para invadir a Suprema Corte, ministro processa presidente e prende deputado em flagrante, ora, algo está muito, muito errado”, comenta o presidente de uma das entidades que participou diretamente da elaboração do documento. “O alvo não era só Jair Bolsonaro”, ressalta.

De fato, o tom do manifesto é institucional e ninguém entendeu muito bem a reação extremada do governo e dos presidentes dos bancos públicos (Caixa e Banco do Brasil), que ameaçaram romper com a Febraban em caso de publicação.

Pedro Guimarães, o genro de Léo Pinheiro que bolsonarizou, subiu nos tamancos e buscou solidariedade de Paulo Guedes, numa espécie de ordem unida em defesa do presidente da República.

O resultado? Um texto que seria publicado como anúncio publicitário nos jornalões e, provavelmente, não teria a mesma repercussão, causou uma uma crise e acabou vazando — e viralizando.

A lista com as 200 assinaturas, porém, foi engavetada por Paulo Skaf, que parece ter resolvido se capitalizar politicamente junto ao próprio governo, vendendo-se como bombeiro de um incêndio que ele mesmo iniciou.

A nota da Febraban expõe o oportunismo de Skaf, ao reiterar que “a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) assumiu a coordenação do processo de coleta de assinaturas e se responsabilizou pela publicação, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no último dia 27 de agosto”.

Em outro trecho, diz também que “não ficará mais vinculada às decisões da Fiesp, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto”.

Ao não recuar em seu posicionamento e negar-se a debater novamente o tema numa reunião com Caixa e BB, a Febraban emparedou especialmente Guimarães, que agora se apega a filigranas para não seguir adiante em sua ameaça de deixar a entidade.

Segundo um assessor de Bolsonaro, o presidente da Caixa diz agora “que foi aconselhado pelo Jurídico do banco a esperar a ‘publicação formal’ do manifesto para tomar qualquer decisão”, como se a nota oficial da Febraban reafirmando publicamente o conteúdo do manifesto vazado não fosse suficiente.

Fonte: O Antagonista

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