Ailton Sousa, da Redação AJN1
Candidata a prefeita de Aracaju pelo Democratas, a delegada Georlize Teles conversou com a equipe da Agência Jornal de Notícias (AJN1)/Correio de Sergipe (CS). Na entrevista, a candidata fez uma análise dos resultados das pesquisas e falou sobre suas propostas para Saúde, Educação, Turismo, Habitação e para alavancar a economia da capital. Segundo ela, é preciso estimular a geração de emprego e renda por meio de medidas que desmistifiquem a ideia pré-concebida de que o empreendedor é o vilão e que o Estado deve ser visto como o provedor de todas as necessidades. Dentre as medidas estão a elaboração do plano municipal de desburocratização e liberdade econômica e criação da ouvidoria do empreendedor: órgão de mediação da relação entre os fiscais municipais e os microempreendedores. Georlize Teles tem 53 anos, é formada em Direito pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), pós-graduada em Gestão Estratégica em Segurança Pública pela UFS e Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas. É delegada de Polícia Civil há mais de 26 anos e já ocupou os cargos de Coordenadora de PC na Capital e diretora da Academia de Polícia (Acadepol). Além disso, foi secretária de Estado da Segurança Pública (SSP) e da Justiça (Sejuc) e de Defesa Social e Cidadania de Aracaju. O seu vice, Perícles Menezes, é coronel reformado e ex-comandante da PM. Ele é formado em Pedagogia pela UFS e tem especialização em Administração do Ensino.
AJN1 – Quem é Georlize Teles e o que a credencia a ser prefeita de Aracaju?
Georlize Teles – Sou uma cidadã que me fiz aracajuana por amor à nossa terra. Aqui me formei em Direito, tornei-me delegada de polícia e aqui exerci minhas atividades profissionais. Casei-me, tive e criei meus filhos em Aracaju.
Fui uma das primeiras mulheres a ocupar a função de auditora do Tribunal de Justiça Desportiva de Sergipe. A primeira mulher a apitar futebol em nosso Estado. Fiz parte da primeira turma de delegados concursados do Estado de Sergipe, sendo uma das primeiras mulheres a ocupar o cargo de delegada. Fui a primeira e única mulher secretária de Segurança Pública e de Justiça em Sergipe, bem como secretária municipal de Defesa Social no município de Aracaju e Estância.
Quem me levou para a política foi o meu lado técnico e profissional. Isso não tenho dúvida. Meu trabalho sempre foi pautado em ações que possibilitaram o efetivo exercício da cidadania de nosso povo.
Quero ser prefeita em Aracaju, porque nos diversos cargos públicos que exerci demonstrei a sociedade meu compromisso. Temos grandes desafios a enfrentar, porém junto com a sociedade faremos uma administração vitoriosa, transformando a cidade de Aracaju em uma “Cidade de Oportunidades” possibilitando adequadas condições de vida para todos. Por toda a história de compromisso e respeito que construí junto ao nosso povo, entendo que me credenciei a ser prefeita de nossa cidade. Quem conhece a minha história sabe que sempre tive compromisso com a sociedade e um envolvimento pessoal com o ser humano.
AJN1 – Apesar das pesquisas apontarem que a sua candidatura tem baixo índice baixo de rejeição, a senhora nesses mesmos levantamentos não tem a preferência nas intenções de voto. Como a Sra. avalia as pesquisas?
GT – Avalio de forma positiva, uma vez que o baixo índice de rejeição é reflexo da aprovação do meu trabalho pela população aracajuana. Nesse período eleitoral estou tendo a oportunidade de mostrar ainda mais meu trabalho, minhas propostas, meu compromisso e que sou capacitada e estou qualificada para ser prefeita de nossa cidade. O aumento nas intenções de voto tem sido bastante expressivo, a população está aderindo à minha campanha. Somos a campanha que mais cresceu de maneira efetiva, e é sempre bom lembrar que iniciei essa batalha contando com a fé em Deus, minha família e os amigos. Sou grata a todos que vem me apoiando nessa trajetória. Aracaju que tem me recebido de braços abertos. Nas minhas caminhadas pelas ruas percebo que a população conhece e respeita o meu trabalho. Por isso, tenho caminhado muito para lembrar ao povo quem é Georlize.
Precisamos buscar a recuperação da confiabilidade na gestão pública, restabelecendo as condições de funcionamento da cidade pautadas em um desenvolvimento econômico sustentável e justo, comprometido com padrões éticos e transparentes.
AJN1 – No ano de 2021 se começará o período pós-pandemia – ou pelo menos é isso que todos esperamos. Quais os seus projetos para alavancar a economia da capital? O que fazer para atrair indústrias e investimentos para Aracaju?
GT – Não mediremos esforços para melhorar a vida de todos, com foco na recuperação da economia de maneira a possibilitar uma gestão democrática, participativa e eficiente. Iremos promover o desenvolvimento econômico, incentivo ao empreendedorismo, geração de emprego e renda e apoio ao microempreendedor.
É preciso estimular a geração de emprego e renda por meio de medidas que desmistifiquem a ideia pré-concebida de que o empreendedor é o vilão e que todos devemos olhar para o Estado como o provedor de todas as necessidades.
Diante dos fatos apresentados, nos comprometemos a adotar as seguintes propostas para iniciar o processo de reversão desse quadro: elaboração do plano municipal de desburocratização e liberdade econômica; criação do cadastro único do empreendedor na prefeitura seguindo o processo de transformação digital já em curso no Brasil; desburocratização do processo de formalização do microempreendedor; flexibilização das regulamentações municipais que engessam o processo produtivo e encarecem a adequação do microempreendedor; criação de uma plataforma digital para abertura e fechamento de empresas a fim de acelerar o processo de formalização; criação da ouvidoria do empreendedor: órgão de mediação da relação entre os fiscais municipais e os microempreendedores.
AJN1 – E na Educação, o que fazer para lidar com essa pós-pandemia e melhorar o Ideb? Aracaju tem carência de creches. Como a sra. pretende resolver essa questão?
GT – Na área da educação não podemos aceitar que Aracaju seja a capital brasileira com os piores índices na educação pública nos anos iniciais que são de responsabilidade da gestão municipal, conforme apontam dados do Ideb 2019. Precisamos modificar essa realidade, investir na educação e proporcionar dignidade às pessoas.
Nesse sentido vamos ampliar as políticas de estímulo para as escolas que melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar; valorizar os profissionais do magistério através da implantação de uma política de formação continuada e honrar com o cumprimento dos percentuais de reajuste do Piso Salarial Nacional para os Professores do Magistério Público da Educação Básica; ampliar a oferta da Educação Infantil na pré-escola para crianças de 04 (quatro) a 05 (cinco) anos e em creches, de forma a atender crianças até 03 anos, de acordo com a demanda de matrículas por bairro; ampliar e construir as unidades de educação infantil, de acordo com as peculiaridades locais e normas de acessibilidade; disponibilizar profissionais qualificados para compor o quadro de pessoal das unidades de Educação Infantil, dentre outras propostas inclusas no plano de governo.
AJN1 – Na área da Saúde o que fazer para melhorar a prestação deste serviço à população?
GT – Buscaremos construir uma saúde pública com eficiência e qualidade em nosso município. Os reflexos impactantes da atual pandemia demonstram que é necessário reordenar investimentos e reorientar estratégias. Vamos estabelecer estratégias inteligentes para fortalecer a política de atenção integral à saúde da criança, dando ênfase ao aleitamento materno com a descentralização dos pontos de coleta por região de saúde; valorização dos profissionais da área de saúde; equipar os centros de atendimento adequadamente; nomear gerências e direções de Unidades de Saúde da Família baseado em critérios técnicos e com estabelecimento de metas a serem cumpridas; Reestruturar o acolhimento em todas as áreas assistenciais como ferramenta de acesso e de organização da linha do cuidado do usuário; criar o comitê Gestor de saúde da Rede de Atenção à saúde a fim de identificar as fragilidades e vulnerabilidades para o processo epidêmico.
AJN1 – Nos períodos de campanha o eleitor tem se acostumado a ouvir muitas promessas. Uma delas é a melhoria do transporte público. O que fazer para melhorar esse serviço? A sra. vai fazer a licitação do transporte?
GT – Conheço de perto a realidade do transporte público de Aracaju, quando estive à frente da pasta na Prefeitura de Aracaju criamos o consórcio para o transporte público, ratificamos o protocolo em todas as casas legislativas e elaboramos a minuta do edital de licitação, bastava que o prefeito atual desse continuidade, o que não foi feito. Eleita prefeita essa será uma de minhas prioridades. Sem ser mandatária do executivo municipal fiz o que era mais difícil, imaginem estando como prefeita!
AJN1 – Como resolver a questão do transporte irregular de passageiros na capital?
GT – Oferecendo um transporte público de qualidade, com um preço justo e acessível à população, bem como criando um sistema que fiscalize com eficiência.
AJN1 – A Sra. tem algum projeto voltado para habitação? Como ele se tornará uma realidade para o aracajuano?
GT – Aracaju, no ranking 2020 divulgado pelo Instituto Trata Brasil, ocupa a 56ª posição entre as 100 maiores cidades do país, no que se refere ao oferecimento de serviços de água tratada e coleta de esgoto, problema que afeta principalmente os bairros periféricos.
Precisamos promover uma política habitacional de qualidade, criando a infraestrutura necessária para que a população tenha acesso digno à moradia. Buscaremos apresentar projetos com a responsabilidade e qualidade técnica necessárias para a captação de recursos junto ao Governo Federal para construirmos moradias populares. Porém, tenho a convicção de que nenhuma obra é mais importante do que cuidar das pessoas da nossa cidade de forma digna. O cuidado com o saneamento básico não modifica diretamente a paisagem da cidade, mas transforma a vida das pessoas que nela vivem.
AJN1 – No turismo, o que fazer para dar uma guinada nesse setor que foi tão duramente afetado pela pandemia?
GT – Considerando que Aracaju é a cidade com maior população do estado, evidencia-se uma necessidade urgente de crescimento econômico, fomentando a geração de emprego e renda, especialmente, através do setor do turismo. Temos real potencial turístico. Na década de 90, o turismo em Sergipe ocupou o terceiro lugar na economia. Vamos retomar esse espaço.
AJN1 – O que fazer para melhorar a segurança do aracajuano? Como será a atuação da Guarda Municipal numa eventual gestão de Georlize?
GT – A Segurança Pública na atualidade apresenta-se como um dos principais problemas a serem enfrentados pelos gestores em qualquer esfera da administração pública. O crescimento dos índices de violência e criminalidade no município de Aracaju exige que o gestor municipal invista em técnicas e procedimentos modernos para esse enfrentamento, na tentativa de prevenir ações delituosas que usurpam da população o exercício de seus direitos fundamentais.
É preciso investir em equipamentos sociais distribuídos no município para que atuem como fatores de prevenção social e inibição da criminalidade, uma vez que os delitos sofrem influências do desenho urbano.
A Guarda Municipal voltará a ocupar o seu lugar como protagonista na segurança municipal, recebendo o incremento de novos integrantes e EPIs. Saliente-se que o efetivo existente não atende ao quadro estabelecido no plano de carreira para fazer frente às demandas por segurança.
Como Prevenção Social adotaremos as políticas públicas de saúde, educação, emprego, habitação, desporto e lazer, que são grandes inibidores das tensões sociais que geram violência e criminalidade. O Município de Aracaju pensará a segurança nos diversos espaços públicos, especialmente de grande circulação de pessoas. Utilizaremos a tecnologia, como a adoção do Sistema de Videomonitoramento com câmeras e sensores.
AJN1 – Na Segurança Pública a Sra. sempre teve uma atenção especial para os grupos vulneráveis. Se eleita, na sua gestão, como se darão as políticas públicas de atendimento social e atenção a esses grupos?
GT – As pessoas devem ser colocadas como prioridade. Assim, construímos um plano de governo factível, responsável e adequado à demanda dos aracajuanos, não arredando do compromisso com a promoção da vida com dignidade, ética e diálogo, de maneira a possibilitar uma gestão democrática, participativa e eficiente.
Temos como objetivo melhorar as condições sociais e a qualidade de vida dos cidadãos aracajuanos, contribuindo para o alcance de um cenário de desenvolvimento econômico sustentável. Iremos promover a geração de emprego e renda ampliando a oferta de cursos profissionalizantes, monitorar e acompanhar a inserção de jovens nos programas de qualificação para o mercado de trabalho; promoveremos a inclusão Digital em parceria com a Secretaria de Educação, trabalharemos na prevenção e combate à violação de direitos. Não arredaremos do compromisso de devolver Aracaju ao seu povo.
AJN1 – Estando em eventual segundo turno a Sra. vai buscar apoio dos outros candidatos derrotados? E em caso de não chegar ao segundo turno qual será o seu posicionamento?
GT – Nesse momento o meu foco é o segundo turno. Não parei para pensar em outra possibilidade. Quando defino uma meta, me entrego de corpo e alma. Não sou morna. Os aracajuanos tenham certeza de que vou buscar conquistar a cada segundo os votos necessários para me levar ao segundo turno. Registro, porém, que acredito no diálogo como o maior instrumento a ser utilizado na política para alcançar o bem-estar da sociedade.
