Da redação, AJN1
O governador Belivaldo Chagas (PSD) voltou a alertar a sociedade sobre a severa crise financeira que o Estado vem atravessando nos últimos anos e que os problemas podem se agravar ainda mais nos próximos meses. Declaração ocorreu durante solenidade de abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa na manhã desta sexta-feira (15).
Diante dos 24 deputados que iniciam hoje uma nova legislatura, o governador disse, em tom pessimista, que não vai se negar a mostrar aos sergipanos a real situação financeira do Estado e que, sozinho, não vai conseguir governar.
Belivaldo revelou ainda que, após o Carnaval, reunirá representantes dos poderes e da sociedade civil com o objetivo de detalhar as contas públicas e o déficit da previdência.
“Na primeira segunda-feira pós-carnaval, quando retornaremos de uma série de contatos que vamos manter em Brasília, faremos uma exposição pública sobre o cenário real da máquina administrativa, do sumidouro de recursos representado pela Previdência e convidaremos representantes de todos os setores da vida sergipana, abrindo espaço amplo e sem restrições ao debate e a formulação de propostas. É urgente que alcancemos um pacto de ação comum, voltado para a recuperação das finanças estaduais e restabelecimento da nossa capacidade de investir. Nisso, teremos de compartilhar responsabilidades, e redefinir alguns procedimentos”, conclamou o governador.
Pagamento dos servidores
A crise está tão ferrenha que Belivaldo não garantiu o pagamento em dia da folha dos servidores nos próximos meses. “Precisaremos adiar a implementação de algumas vantagens programadas para setores dos servidores estaduais civis e militares. Precisamos das reformas. Entre elas, a da Previdência. Qualquer cálculo atuarial feito com estatísticas e projeções matematicamente exato demonstrará que o sistema de previdência que temos é absolutamente insustentável”.
Previdência
Sobre a previdência, o governador disse que ela consome R$ 100 milhões por mês para cobrir o déficit do órgão. “Se eu tivesse R$ 100 milhões por mês, estaria com toda vida de servidores resolvida, estaria investindo, fazendo obras estruturantes, mas, infelizmente, tenho que tirar de onde não tem para colocar onde não tem”.
Apoio
O presidente da Alese, deputado Luciano Bispo (MDB), ressaltou o apoio para a governabilidade do Estado. “Essa casa vai fiscalizar e cobrar, mas também vai ajudar o governo do Estado a enfrentar essa crise. Nossa responsabilidade é muito grande. Seremos companheiros e parceiros”.