Da redação, AJN1
Nesta quarta-feira (27), os governadores do Nordeste enviaram uma carta ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), ameaçando processar o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o qual estaria agindo de forma “inconstitucional” e “criminosa” no tocante à liberação de operações de créditos junto a bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal, em troca de apoio à reforma da Previdência.
Dos nove governadores nordestinos, seis deles são de partidos de oposição. Jackson Barreto, do mesmo partido do presidente, não assinou a carta, mas foi o primeiro a reclamar publicamente da situação imposta pelo governo Federal, isso porque o governo sergipano aguarda a liberação de empréstimo da Caixa Econômica Federal, no valor de R$560 milhões, destinado a obras de infraestrutura e saneamento.
Esse montante ainda não foi transferido porque Carlos Marun não recebeu garantias de Jackson na articulação da bancada sergipana no Congresso para votar a favor da reforma, a qual Jackson é contra.
“Reciprocidade”
Nessa terça-feira (26), Carlos Marun disse que o governo espera “reciprocidade” na questão da reforma da Previdência daqueles governadores que aguardam financiamentos de bancos públicos. O ministro afirmou que financiamentos da Caixa Econômica Federal e de outros bancos públicos são ações de governo e, portanto, o governo pode discutir essa reciprocidade nas questões que o interessam.
“Financiamentos da Caixa Econômica Federal são ações de governo. E, nesse sentido, entendemos que deve, sim, ser discutido com esses governantes, alguma reciprocidade no sentido de que seja aprovada a reforma da Previdência, que é uma questão que entendemos hoje ser de vida ou morte para o Brasil”, disse o ministro.
Marun não confirmou que os contratos de financiamento só serão liberados após a votação da reforma, mas afirmou que o governo espera o apoio dos governadores quando o assunto é a reforma da Previdência.
“Realmente, o governo espera daqueles governadores que têm recursos, financiamentos a serem liberados uma reciprocidade no que tange à questão da Previdência”, disse.